Folha de S.Paulo

Que a passos lentos, para que o ambiente ficasse melhor. Mas foi tudo uma decepção.”

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COLEGAS Na contramão do colégio, os amigos de sala da adolescent­e deram a ela, segundo a família, todo o apoio e passam a tratá-la de acordo com sua identidade feminina.

“Ela enfrentou algumas situações de bullying, mas também recebeu várias cartas de incentivo. Colegas a chamaram de batalhador­a, de corajosa. Lara sempre foi uma boa aluna, nunca deu trabalho.”

Dentre as centenas de críticas que Mara recebeu em sua postagem no Facebook na qual relata o drama escolar vivido pela filha, parte delas era porque a família não teria “esperado” a garota completar 18 anos para assumir a identidade feminina.

Internauta­s também afirmavam que a mãe era militante de causas da esquerda e que queria chamar atenção.

“As pessoas não são, definitiva­mente, algo pra sempre. Não sou a mesma que fui há dez anos. A Lara não tem a obrigação, daqui a 20 anos, de ser a mesma pessoa. Se ela achar que foi só uma fase, é direito dela, é uma questão dela. Não vou dificultar a vida da minha própria filha dentro de casa, não vou criar um ambiente hostil. Ela vai ter sempre o meu apoio.”

Uma ato em apoio a Lara e contra a transfobia foi realizado na tarde desta quartafeir­a (22) na capital cearense, organizado pelo Centro de Referência LGBT Janaina Dutra.

A família da garota, que está recebendo suporte psicológic­o, ainda não sabe se a menina será mantida na escola do Sesc, após esse pedido de desculpas formal.

“É justamente no ambiente da escola que esperamos que seja feito um trabalho para tratar essas questões de gênero, questões do mundo moderno. Queremos que nossa filha seja direcionad­a para um futuro mais justo, mais igualitári­o.”

Procurados por meio da assessoria de imprensa do Sesc, nenhum representa­nte direto da escola se manifestou.

“Minha filha tem bom caráter, é respeitosa e estudiosa. Não queremos para ela a realidade de muitas pessoas trans no Brasil, que é viver na rua, na prostituiç­ão, no abandono. Não me envergonha a postura dela. Sou amiga de minha filha e ela precisa desse momento de mostrar quem ela é. Se ela se sente feliz e completa em ser a Lara, é assim que ela será tratada.”

momento, disseram [a direção da escola]

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