Ação prende 11 por esquema de regalias em prisão em GO
Agentes levavam presos para sacar propina
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM GOIÂNIA
Uma operação do Ministério Público e da polícia de Goiás prendeu 11 pessoas nesta quarta (22), incluindo agentes prisionais, suspeitos de esquema de propina e regalias a detentos no presídio de Anápolis, a 60 km de Goiânia.
Eles são suspeitos de escoltar presos até agências bancárias para sacar propina em troca de liberar o acesso deles a drogas, garotas de programa, motel, boates e celulares.
O diretor e o supervisor de segurança da unidade prisional estão entre os detidos.
Segundo a Promotoria, o diretor da prisão, Fábio de Oliveira Santos, recebia bilhetes dos detentos com pedidos de saídas irregulares em troca de propina. Ele agia, mostra a apuração, com o chefe de segurança da unidade, Ednaldo Monteiro da Silva, agentes penitenciários e presos.
De acordo com o inquérito, presos pagavam até R$ 1.000 para terem acesso ao celular e R$ 30 por uma lata de cerveja. “O ‘motel’ tinha um livro e um celular para que os presos chamassem mulher [para] o presídio”, diz o coordenador da operação, o promotor de Justiça Thiago Galindo
Há imagens de câmeras de segurança de agências bancárias que mostram os agentes digitando as senhas dos detentos e pegando o dinheiro. No caminho, de acordo com a apuração, os presos tinham trânsito livre para visitar familiares e outras pessoas.
O secretário de Administração Penitenciária de Goiás, Ricardo Balestreri, diz que foi tomado por um “sentimento de indignação” ao ver as imagens de agentes prisionais escoltando presos em banco. “A ordem é que se faça um pente-fino em todos os 142 presídios em Goiás.”
A Associação dos Servidores do Sistema Prisional de Goiás não se pronunciou. A as defesas do diretor e do supervisor de segurança do presídio não foram localizadas.