AMSTERDÃ CELEBRA 30 ANOS DE ÍCONE CONTRA HOMOFOBIA
Memorial erguido em 1987 aos homossexuais mortos pelo nazismo é parada obrigatória de turistas identificados com vocação da capital holandesa para a propagação da diversidade
gem de carros e bicicletas, durante “sets” dos novos DJs da cena eletrônica holandesa. Cerveja barata e “spritz” acompanham o bate-estaca mais “família” da cidade. PIONEIRO Todos os traços da perseguição sofrida por homossexuais estão mantidos no Café t’Mandje, primeiro lugar “friendly” da cidade que, em fevereiro, comemorou dez anos de reabertura.
Durante a Segunda Guerra, a fundadora, Bet van Beeren (1902-1967), escondia judeus no sótão e armas na adega. Lésbica assumida, recebia em seu bar, aberto em 1927, soldados holandeses e marujos de navios atracados.
Comenta-se que a clientela “diferente” despertava curiosidade na vizinhança, que não entendia a proximidade com que pessoas do mesmo gênero conversavam ali. O ambiente é, sozinho, uma aula sem igual de ativismo.
A estátua de coruja comprada por Bet foi colocada num altar para alertar os clientes de que a polícia tinha olhos por todos os lados. Centenas de pedaços de gravatas estão ainda colados no teto —ela dizia que o acessório aprisionava os homens.
Uma enorme “jukebox”, com temas dos anos 1940, 1950 e 1960, completa esse museu informal.
Neste ano, a ativista ganhou homenagem à altura: seu nome agora batiza a ponte 210, uma das 1.280 espalhadas por uma cidade cuja vocação é manter à vista as cicatrizes da comunidade gay para que nenhuma nova ferida seja reaberta no futuro.