Folha de S.Paulo

Tribunal decide restabelec­er prisão de mulher de Cabral

-

DO RIO

O Tribunal Regional Federal do Rio revogou nesta quinta-feira (23) o recolhimen­to domiciliar da ex-primeira-dama Adriana Ancelmo e determinou o restabelec­imento da prisão preventiva contra ela.

Três dos cinco juízes federais da Seção Especializ­ada defenderam a tese de que a ex-primeira-dama deve ficar presa para garantia da ordem pública e da instrução criminal. Dois divergiram do entendimen­to e concordara­m com o argumento de que a lei dá o direito às mães com filhos menores de 12 anos.

Ancelmo está desde março recolhida em casa, no Leblon, por decisão liminar da ministra Maria Thereza de Assis Moura, do STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Nesta quinta-feira ela foi levada para cadeia pública José Frederico Marques, em Benfica, onde estão os ex-governador­es Sérgio Cabral (PMDB), seu marido, Anthony e Rosinha Garotinho, ambos do PR.

Ancelmo já foi condenada a 18 anos na ação penal referente à Operação Calicute e responde a outras três ações penais.

Ela foi responsabi­lizada pela lavagem de dinheiro da organizaçã­o criminosa por meio de joias e de seu escritório de advocacia.

A procurador­a Mônica de Ré afirmou que a prisão deveria ser restabelec­ida porque “há muito dinheiro que ainda não foi localizado”.

“Provavelme­nte ela continua sobreviven­do com esse dinheiro num apartament­o no Leblon”, disse a procurador­a.

A defesa alegou que a sentença que condenou a ex-primeira-dama manteve o recolhimen­to domiciliar como medida suficiente.

Afirmou também que ao longo de oito meses, as regras da medida cautelar não foram violadas. O argumento não convenceu a maioria dos juízes.

Ancelmo foi presa preventiva­mente em dezembro de 2016 por ordem do juiz Marcelo Bretas.

O mesmo magistrado, em março, permitiu o recolhimen­to domiciliar sob o argumento de que ela tinha filhos menores de 12 anos.

A Procurador­ia argumentou que a concessão da prisão domiciliar representa uma “quebra de isonomia”, porque outras detentas não tem o mesmo direito.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil