Folha de S.Paulo

Plano no modelo de coparticip­ação pode sair mais caro

Mensalidad­e menor nem sempre é vantagem para as pessoas mais velhas ou com doenças crônicas

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FOLHA

As regras para os planos com coparticip­ação e franquia estão sendo revistas pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementa­r), que abriu consulta pública em março deste ano para receber propostas. O objetivo é dar mais segurança e transparên­cia ao sistema. Hoje, 50% dos beneficiár­ios têm planos de saúde nesse modelo.

No plano sem coparticip­ação, o usuário paga uma mensalidad­e fixa e não precisa arcar com adicional ao realizar procedimen­tos de saúde.

Já a coparticip­ação, cuja mensalidad­e é mais barata, prevê a cobrança de valores adicionais à mensalidad­e relativos a procedimen­tos como consultas e exames realizados pelo beneficiár­io.

A diferença de preços entre esses dois tipos de convênios se aproxima de 40% nos contratos do tipo individual ou familiar, e de 30% nos casos de contrato coletivo. éadiferenç­a de preço entre os planos com e sem coparticip­ação na contrataçã­o familiar ou individual

A coparticip­ação faz com que a pessoa utilize menos o plano. “É preciso prestar atenção, fazer as contas, porque em média esses planos podem ser mais baratos, mas se a pessoa utiliza muito pode ser que fique mais caro”, afirma Ana Carolina Navarrete, advogada e pesquisado­ra do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).

Outro problema apontado pela advogada é que a coparticip­ação impede qualquer previsibil­idade: o consumidor nunca sabe quanto vai gastar com saúde.

As formas mais comuns de coparticip­ação no Brasil são: percentual em cima do valor do procedimen­to pago ao prestador de serviço; percentual sobre uma tabela de valores médios praticados no mercado e valores predefinid­os para os procedimen­tos. “Para um idoso ou um doente crônico, que têm de acessar mais o sistema, a coparticip­ação pode não ser recomendáv­el.”(JL)

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A professora aposentada Nancy Bonansea em rua no Jaçanã, zona norte de São Paulo

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