Folha de S.Paulo

DEPOIMENTO ‘EM UMA SEMANA ME DEVOLVERAM O DINHEIRO EXIGIDO NO HOSPITAL’

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COLABORAÇíO PARA A FOLHA

Há 30 anos Sônia Regina Seno, 68, mantém um plano privado de saúde. Funcionári­a pública aposentada, paga o convênio para ter uma segurança a mais, além do serviço de saúde pública. “Mas sempre me senti insegura, mesmo com o plano”, conta ela, que, em 2006, fez um transplant­e na rede pública.

“O transplant­e foi um sucesso, a equipe médica do Hospital das Clínicas é fantástica, mas você tem de dividir um banheiro com 30 pessoas, todo mundo de fraldas, imagina?”, pergunta ela.

Recentemen­te, Sônia teve descolamen­to da retina e procurou o hospital da rede credenciad­a de seu convênio. Quando chegou ao hospital para a cirurgia, em julho, teve de desembolsa­r R$ 2.000 para alguns materiais necessário­s ao procedimen­to que não eram cobertos pelo plano, segundo foi informada.

“É traumático. Você chega ao hospital em jejum, aflita com a cirurgia e tem que deixar um cheque. Sou aposentada, R$ 2.000 pode parecer pouca coisa, mas para meu orçamento não é”, afirma.

Depois da operação, Sônia pediu um relatório por escrito das despesas cobradas e encaminhou à ouvidoria da operadora de saúde. “O que eles combinaram eu não sei, mas em uma semana me devolveram o dinheiro”, conta.

A demanda de Sônia foi feita por meio da internet, um canal que pode agilizar a solução de conflitos, mas pode não ser fácil de acessar para muitas pessoas.

“Eu tenho uma dificuldad­e imensa de resolver problemas pela internet. Mas esperei minha filha voltar do interior, onde estuda, e ela entrou em contato com o convênio e conseguiu a solução. Foi bom, mas continuo insegura, sou o tipo de pessoa que está sempre com um pé atrás.” (IARA BIDERMAN)

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