PAINEL DO LEITOR
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LUIZ PEDREIRA JÚNIOR
Caro Luciano, não nos conhecemos, mas adoraria vê-lo como presidente, pois estamos carentes de líderes e de pessoas boas na política. No entanto, creio ter sido correta sua decisão de não concorrer, afinal, o sistema político é ruim. Você teria por obrigação filiar-se a um partido, e aí não iria faltar chupim e barganha para que o comando rapidamente saísse de seu controle.
LAFAETI T. BATAGLIA
Eleições Para enfrentar Lula, Lindbergh Farias, não há necessidade de um Trump tupiniquim. Basta um candidato competente, honesto e, principalmente, que não esteja encalacrado em corrupção. O Brasil e o povo merecem ter um candidato à altura da dignidade perdida (Painel, “Poder”, 28/11).
CREUSA COLAÇO MONTE ALEGRE
Reformas do governo A leitora Patrícia Moraes Aude (Painel do Leitor, 28/11) põe o dedo na ferida da inadimplência de empresas “falimentares”. Como os postos de gasolina que vendem combustíveis baratos sem recolher impostos e desaparecem antes de os problemas surgirem, há muitos picaretas por este país, “livres, leves e soltos”, e ainda se queixando de impostos altos e pedindo reformas. Antes de aceitar suas falências, é preciso que eles paguem o que devem —ou que vão para a cadeia. Contardo Calligaris Há 21 anos, um psicanalista com forte sotaque provocou escândalo quando ousou diagnosticar os brasileiros com categorias nas quais, em 1991, não nos reconhecíamos: colonizador e colonizado, escravocrata e escravo. Justo quando nos orgulhávamos da nossa recém-conquistada democracia! Hoje, Calligaris já não é um europeu viajando pelo Brasil, mas um cidadão brasileiro. Quanto às categorias, revelaram-se proféticas: para facilitar a impunidade, pretende-se deturpar a própria lei contra o trabalho escravo (“O país no divã”, “Ilustrada”, 28/11).
HELOISA FERNANDES,
Cotas raciais Mandou bem a Folha, não pelo primeiro caderno, que há muito está para lá de indigesto, mas pela entrevista de Vinícius Loures que, como todos nós, um dia cometeu um pequeno delito (“Jovem loiro autodeclarado negro se diz arrependido e abandona curso da UFMG”, “Cotidiano”, 28/11). Ele, diferentemente, soube remediá-lo e deu a volta por cima. Seu depoimento é um bálsamo ao espírito e deixa a certeza de que o Brasil terá um grande médico no futuro.
MARCELO FERNANDO FERRARI
Colunistas Sobre a coluna de Nabil Bonduki (“O desmaio do menino”, “Opinião”, 28/11), na mesma semana em que soubemos da triste história de Gabriel, que desmaiou de fome em uma escola de Brasília, nos deparamos com as revoltantes apreensões de alimentos caríssimos na cela de Sérgio Cabral e na cueca do deputado presidiário Celso Jacob. Quantas cestas básicas seria possível comprar com o valor gasto com queijos importados, biscoitos finos, iogurtes e outras guloseimas? Enquanto políticos como eles existirem, muitos “Gabriéis” passarão fome.
MARIA REGINA DIAS V. OLIVEIRA