Folha de S.Paulo

Penúltimo teste, em 29 de agosto, o projétil havia ficado no ar por 14 minutos.

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A Coreia do Norte disparou um míssil balístico interconti­nental nesta quarta-feira (29), tarde de terça-feira (28) em Brasília, informaram autoridade­s japonesas, sul-coreanas e americanas.

O Pentágono afirmou que o míssil desta quarta foi disparado de um local próximo à capital norte-coreana, Pyongyang, percorreu uma distância de 960 km e atingiu uma altura de 4.500 km.

Segundo o secretário de Defesa americano, James Mattis, o míssil atingiu a maior altura entre os testes norte-coreanos até o momento e representa uma ameaça global. “Ele voou mais alto do que qualquer outro que eles tenham lançado. É um esforço de pesquisa e desenvolvi­mento da parte deles para continuar a construir mísseis balísticos que atinjam qualquer lugar do mundo.”

É a terceira vez que Pyongyang testa um míssil interconti­nental —os dois primeiros foram em julho— e o primeiro lançamento de míssil desde setembro, quando um foguete de médio alcance sobrevoou o Japão.

O Ministério da Defesa japonês disse que o míssil voou durante cerca de 53 minutos e caiu no mar do Japão, a 370 km da costa japonesa. Para efeito de comparação, no MAIOR ALCANCE O físico David Wright, da ONG Union of Concerned Scientists, afirmou ao “New York Times” que o míssil lançado nesta quarta teve um desempenho melhor do que os dois disparados em julho, com um alcance potencial de 12,9 mil quilômetro­s, tornando-o capaz de alcançar a capital Washington ou qualquer outra parte continenta­l dos EUA.

“É bastante impression­ante”, disse Wright. “Isso é um avanço em cima do que eles estavam fazendo antes.”

O cientista, porém, observou que, a fim de obter um resultado melhor, os norte-coreanos podem ter acrescenta­do uma carga leve.

Assim, apesar da maior distância percorrida, isso não se traduziria em um míssil balístico interconti­nental operaciona­l, muito menos em um projétil capaz de carregar uma ogiva nuclear.

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse na noite desta terça-feira que “nós vamos cuidar disso”, mas não deu detalhes.

O premiê japonês, Shinzo Abe, e diplomatas americanos pediram uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU.

Minutos após o disparo, a Coreia do Sul conduziu um teste de míssil em resposta, de acordo com as Forças Armadas sul-coreanas. O presidente Moon Jae-in convocou um encontro com seu Conselho de Segurança Nacional. PRESSÃO

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25.abr.2017 - KCNA/Reuters O ditador Kim Jong-un desfila durante cerimônia de celebração aos 85 anos do Exército norte-coreano, em abril passado

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