A palavra ‘direita’ é aceita de novo, diz Bolsonaro ao ‘WP’
“Meses atrás, ‘direita’ era palavrão”, diz Jair Bolsonaro ao “Washington Post”. “De repente, a palavra ‘direita’ é aceita de novo no Brasil.”
Sob o título “Político tipo Trump pode levar o apoio de grupo religioso poderoso, os evangélicos”, o jornal ouve, além de Bolsonaro, o pastor Silas Malafaia, que o descreve como presidenciável “mais próximo daquilo em que os evangélicos acreditam”.
O “WP” anota que “Bolsonaro, que é católico, se casou na igreja da Malafaia, frequentada por sua mulher”. E que, apoiados em suas redes de TV e estrelas de futebol, “os evangélicos desafiam a presença imponente do Cristo Redentor sobre o país”.
Já o diário tradicional da esquerda no México, “La Jornada”, publicou coluna do uruguaio Raúl Zibechi, “Brasil, reserva regional de conservadorismo”. Citando tendências como o pentecostalismo na TV e casos como o ataque à filósofa Judith Butler, diz que o país poderá “influenciar toda a região” —como há uma década, mas em direção oposta.
Generosidade O financeiro francês “Les Échos” destaca o relatório do Banco Mundial que questionou a Previdência e os gastos públicos no Brasil, por favorecer, com exceções como Bolsa Família, “os mais afluentes”. Ouve, do economista-chefe do Itaú, que “o Estado brasileiro é muito mais generoso com as classes rica e média do que com os pobres”.
Voltam as dívidas O “Financial Times” noticia que “milhões de brasileiros começam a tomar empréstimos novamente”, acelerando a “emergente recuperação”. No Itaú, o crescimento foi de 10%. Para o jornal, “o principal obstáculo à recuperação plena é a eleição presidencial do próximo ano, que deve ser das mais imprevisíveis”. Um analista financeiro declara que é “a única grande razão para cautela”.
Europa vs. Mercosul O “FT” também informa que “França e Alemanha se enfrentam sobre acordo com Mercosul” em conversas a partir desta quarta. França e outros “avisam que atingiram o limite nas concessões que podem tolerar sobre carne e outros produtos agrícolas sensíveis”. Alemanha e outros querem o acordo para ter “maior acesso de mercado para seus automóveis e outros produtos industriais”.