A realidade virtual também é uma das ferramentas utilizadas
Em uma sala em Del Castilho, bairro da zona norte do Rio de Janeiro, engenheiros fazem uma varredura de segurança em uma unidade da fabricante de gás White Martins localizada em Pecém (CE), a 2.700 quilômetros de distância. De lá, acompanham obras realizadas no local e corrigem eventuais falhas no projeto.
A supervisão à distância, iniciada em abril deste ano, é feita com óculos de realidade virtual. Com o recurso, a equipe técnica consegue avaliar de perto não só a estrutura de Pecém mas também a de outras cinco unidades da empresa no país —Ouro Branco (MG), Duque de Caxias (RJ), Três Lagoas (MS), Araucária (PR) e Londrina (PR).
Antes da adoção da realidade virtual, a empresa enviava aos locais uma equipe de seis engenheiros, que faziam até seis viagens às instalações para inspecionar o andamento de obras e analisar segurança e montagem dos equipamentos, por exemplo.
Agora, o processo é mais curto —e barato. Numa primeira fase, há uma reunião para decidir quais áreas das unidades serão mapeadas.
Depois, um engenheiro vai ao local capturar as imagens com uma câmera acoplada em seu capacete de segurança. Essas fotos viram um mapa 3D da unidade, com detalhes de gasodutos, vaporizadores, bombas, sala elétrica e outras partes a serem inspecionadas.
“Tivemos cerca de 70% de redução de custo, incluindo deslocamento com viagem, logística e horas trabalhadas em campo, além da diminuição do risco de acidente”, afirma Rodrigo Barbosa, gerente de empreendimentos da White Martins.
As imagens, mais tarde, são projetadas em uma sala e analisadas por engenheiros. “Com a realidade aumentada, você tem a sensação de imersão. Você olha para todos os lados e sente que está dentro da unidade”, afirma o engenheiro Reginardo Junior, um dos responsáveis por implantar o projeto.
A sala 3D também é usada para capacitar novos funcionários. “Fizemos com foco de redução de custos, mas vimos que disponibilizar as imagens serve para treinar engenheiros mais jovens que não têm tanto contato com obras”, complementa. INDÚSTRIA AUTOMOTIVA