O advogado afirma que as movimentações são alterações financeiras regulares.
As movimentações que chamaram a atenção do Coaf (unidade de inteligência do Ministério da Fazenda que detecta operações irregulares no sistema financeiro) implicavam, entre outras empresas, a Horizontes Ltda., criada com a finalidade de manter o Instituto Inhotim a partir de doações de outras empresas.
De acordo com a Procuradoria, a Horizontes repassou a outras empresas de Bernardo Paz ao menos US$ 95 milhões que inicialmente haviam sido doados ao instituto. OUTRO LADO DÍVIDAS As acusações remetem ao período em que Paz foi proprietário do conglomerado Itaminas, composto por 29 empresas, a maioria na área de mineração e siderurgia.
Em 2010, o grupo foi vendido por US$ 1,2 bilhão para uma estatal chinesa a fim de liquidar as dívidas dos sócios, calculadas em cerca de US$ 400 milhões à época.
Paz ainda possui uma dívida de cerca de R$ 150 milhões com o governo de Minas Gerais e recentemente ofereceu obras do acervo do museu para quitar o valor.
Sua proposta lista cerca de US$ 170 milhões em trabalhos de artistas como Adriana Varejão e Cildo Meireles —se convertida a reais, a oferta chega a R$ 550 milhões, mais que o triplo devido.
Atualmente, as obras de arte são de propriedade de Paz, cedidas ao instituto a título de comodato. Em fevereiro, o empresário doou ao instituto todas as edificações e terrenos que formam a área de visitação do museu, com cerca de 140 hectares.