Percebe na melhor forma.
O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, diz que não abrirá mão de disputar prévias com o governador Geraldo Alckmin para ser o candidato do PSDB à Presidência. Ele se disse “violentado por manobras” como o acordo que deve levar o paulista a presidir o partido. “O PSDB está especializado em perder por causa de acordos de cúpula”, criticou.
(THAIS BILENKY) Folha - Por que o sr. seria melhor candidato que Alckmin?
Arthur Virgílio - Fico feliz que ele já esteja assimilando coisas que eu digo, que não dá para votar a reforma da Previdência pela metade. Esse é o papel do PSDB, nada de flacidamente abrir questão. Ouço falar que é uma pessoa equilibrada. Mas sinto que não é bastante para vencer em função do discurso tímido, do hábito de não ir ao povo. O sr. tem um grupo de apoio?
O PSDB está especializado em perder por causa de acordos de cúpula. O É tetravicecampeão em eleições, perdendo no segundo turno, e com certeza perde mais uma se não mudar seus rumos. Não peço apoio, peço que me deixem falar. Peço ao partido a lista de 1,2 milhão de militantes. Eles negam?
Não dizem não, mas não me deram. Estou com esperança de que melhore, porque, com Alckmin presidente do partido, uma figura isenta, vou dizer: Geraldo, pode ficar com todo presidente de diretório, secretário-geral, a turma do ar condicionado todinha. Agora, me deixe chegar ao povo. O sr. é contra alianças do PSDB com quais partidos?
Tem um monte, o PMDB, o PP. O espírito é sairmos da escravidão de vender a alma por causa de tempo de TV. Mas o senhor se aliou ao PMDB no seu Estado.
Já, já me aliei. Não deu certo. Eleitoralmente, a gente ia ganhar mesmo. O que a gente propõe é mudar e melhorar. Como o PSDB enfrentará críticas de corrupção, ainda mais com Aécio no olho do furacão?
Aécio começa a ficar impertinente com a tentativa insistente de protagonizar a cena, ele que não tem a fazer mais do que mergulhar e apresentar sua defesa e, se Deus quiser, razões que o absolvam.
Sinceramente, não. Não tenho mais direito de me decepcionar. Só não entendo não sermos capazes de dar a volta por cima e vencermos uma eleição com candidatos fraquíssimos, um pré-condenado pela Justiça [Lula], uma figura folclórica que é o Ciro Gomes, um homofóbico fascista como Jair Bolsonaro. Temos uma bela pessoa humana, Marina, mas que a gente não O que tem Marina Silva?
Não percebo o elã que ela tinha. Tenho a impressão de que ela demonstrou sua sensibilidade de mulher, de pessoa humana, enfim, entre tantas coisas que estão acontecendo, senti um impacto talvez maior do que fosse permitido a alguém que disputa o poder. Teve um debate em que foi às lágrimas, não revelou estar tão à altura do desafio de ser presidente. Ela, que é uma grande pessoa pública. Sua movimentação é para dar ao senhor visibilidade?
Não haveria necessidade. Tento apresentar um projeto de Brasil. Sinto-me violentado com essas manobras, que só fazem enfear um processo e me dão força para competir.