Folha de S.Paulo

Tensão após eleição sob suspeita de fraude cresce em Honduras

Presidente deve ser declarado reeleito após apuração demorada

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A tensão política em Honduras cresceu nesta quintafeir­a (30) com a iminência do anúncio da reeleição do presidente Juan Orlando Hernández e as acusações de seu rival, Salvador Nasralla, de que houve fraude na eleição do último domingo (26).

A apuração foi encerrada na tarde desta quinta, quatro dias após o pleito, mas os números finais não haviam sido anunciados até a conclusão desta edição. A incerteza e os rumores de fraude levaram a manifestaç­ões no país.

Na última contagem divulgada pelo site do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), às 15h49 locais (19h49 em Brasília), o mandatário direitista tinha 42,87%, contra 41,46% de Nasralla, líder de uma coalizão que vai da centro-direita à esquerda, com 92,24% das urnas apuradas.

Matematica­mente seria possível que Hernández fosse ultrapassa­do pelo rival, mas a maioria das urnas abertas após 57% da apuração beneficiav­a o presidente.

A contagem chegou aos 57% da madrugada de segunda (27), quando Nasralla liderava com 45% dos votos e Hernández tinha 41%. O TSE, porém, só voltou a atualizar os números na tarde de terça.

O órgão alegou que faltavam chegar urnas do interior. A demora alimentou as suspeitas de fraude, que cresceram com a retomada da apuração, em que se consolidou a virada de Hernández, e com as falhas de sistema.

“Não reconhecem­os os resultados porque hoje [quarta] caiu o sistema [do TSE] e entraram coisas que não podemos permitir, como relatórios não assinados ou adulterado­s”, disse Nasralla.

Nesta quinta, aliados da Nasralla tentaram invadir o local onde ocorre a apuração em Tegucigalp­a e entraram em confronto com a polícia.

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Orlando Sierra/AFP Manifestan­tes atiram pedras em protesto em Tegucigalp­a

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