Temer passa a contar com votação na 2ª semana do mês
Sem contar com apoio suficiente, o presidente Michel Temer adiou para a segunda semana deste mês a perspectiva de votação da reforma previdenciária.
A intenção inicial era colocar a proposta em discussão em plenário na próxima quarta-feira (6), mas o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), informou a Temer que o placar favorável à iniciativa ainda é inferior aos 308 votos necessários.
O novo prazo estipulado pelo Palácio do Planalto é apertado, já que o início do recesso parlamentar está previsto para 23 deste mês.
O presidente aproveitará o adiamento para tentar reaglutinar a base aliada com o provável desembarque do PSDB da Esplanada dos Ministérios, esperado para a próxima semana.
Além de duas pastas ministeriais, a Secretaria de Governo e os Direitos Humanos, o Planalto contará com cargos de segundo e terceiro escalões para tentar contemplar o PMDB, partido do presidente, e as legendas do chamado centrão, como PP, PR e PTB.
Essas siglas apresentam parlamentares indecisos, que têm demonstrado resistência em votar uma proposta considerada impopular às vésperas de ano eleitoral.
Na Secretaria de Governo, será nomeado Carlos Marun (PMDB-MS), que agrada ao PMDB e tem capilaridade nos partidos do centrão. Para Direitos Humanos, o presidente quer indicar um nome que tenha o respaldo da bancada feminina, na perspectiva de garantir votos para a proposta.
O peemedebista deve se reunir na próxima semana com deputadas da bancada para discutir opções. No Palácio do Planalto, são citados os nomes de Soraya Santos (PMDB-RJ), Rosângela Gomes (PRB-RJ) e Tia Eron (PRB-BA). JANTAR Pessimistas, líderes da base aliada têm demonstrado desânimo com reunião convocada por Temer e Maia na noite de domingo (3). “Não tenho voo direto. Teria que sair domingo de manhã [do interior de Minas]. Já conversei com o presidente nesta semana. Para mim, é complicado”, disse o líder do PSD, Marcos Montes (MG).
Do mesmo partido de Maia, o líder do DEM, Efraim Filho (PB), também não sabe se participará do encontro. “Essa reunião não é só com os líderes do governo?”, questionou.
Na próxima quarta, dirigentes tucanos irão se reunir para decidir se o partido fechará questão sobre o apoio do partido à proposta. Se decidir fechar questão, deputados que não seguirem a orientação poderão sofrer sanções, como a expulsão.
Nesta semana, o presidente licenciado do partido, Aécio Neves, defendeu o fechamento, que tem o apoio também do ministro Aloysio Nunes (Relações Exteriores).