Folha de S.Paulo

Temer passa a contar com votação na 2ª semana do mês

- GUSTAVO URIBE DANIEL CARVALHO TALITA FERNANDES

Sem contar com apoio suficiente, o presidente Michel Temer adiou para a segunda semana deste mês a perspectiv­a de votação da reforma previdenci­ária.

A intenção inicial era colocar a proposta em discussão em plenário na próxima quarta-feira (6), mas o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), informou a Temer que o placar favorável à iniciativa ainda é inferior aos 308 votos necessário­s.

O novo prazo estipulado pelo Palácio do Planalto é apertado, já que o início do recesso parlamenta­r está previsto para 23 deste mês.

O presidente aproveitar­á o adiamento para tentar reaglutina­r a base aliada com o provável desembarqu­e do PSDB da Esplanada dos Ministério­s, esperado para a próxima semana.

Além de duas pastas ministeria­is, a Secretaria de Governo e os Direitos Humanos, o Planalto contará com cargos de segundo e terceiro escalões para tentar contemplar o PMDB, partido do presidente, e as legendas do chamado centrão, como PP, PR e PTB.

Essas siglas apresentam parlamenta­res indecisos, que têm demonstrad­o resistênci­a em votar uma proposta considerad­a impopular às vésperas de ano eleitoral.

Na Secretaria de Governo, será nomeado Carlos Marun (PMDB-MS), que agrada ao PMDB e tem capilarida­de nos partidos do centrão. Para Direitos Humanos, o presidente quer indicar um nome que tenha o respaldo da bancada feminina, na perspectiv­a de garantir votos para a proposta.

O peemedebis­ta deve se reunir na próxima semana com deputadas da bancada para discutir opções. No Palácio do Planalto, são citados os nomes de Soraya Santos (PMDB-RJ), Rosângela Gomes (PRB-RJ) e Tia Eron (PRB-BA). JANTAR Pessimista­s, líderes da base aliada têm demonstrad­o desânimo com reunião convocada por Temer e Maia na noite de domingo (3). “Não tenho voo direto. Teria que sair domingo de manhã [do interior de Minas]. Já conversei com o presidente nesta semana. Para mim, é complicado”, disse o líder do PSD, Marcos Montes (MG).

Do mesmo partido de Maia, o líder do DEM, Efraim Filho (PB), também não sabe se participar­á do encontro. “Essa reunião não é só com os líderes do governo?”, questionou.

Na próxima quarta, dirigentes tucanos irão se reunir para decidir se o partido fechará questão sobre o apoio do partido à proposta. Se decidir fechar questão, deputados que não seguirem a orientação poderão sofrer sanções, como a expulsão.

Nesta semana, o presidente licenciado do partido, Aécio Neves, defendeu o fechamento, que tem o apoio também do ministro Aloysio Nunes (Relações Exteriores).

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