63% dos membros do Bolsa Família não têm esgoto
Quase 92% das pessoas atendidas pelo Bolsa Família pertencem ao grupo dos 30% de brasileiros que recebem os menores rendimentos no país, diz o IBGE em estudo sobre pessoas atendidas pelo programa ou que recebem Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Esgotamento sanitário é um dos grandes aspectos que diferenciam um domicílio que recebe o Bolsa Família daquele que não recebe. Só 36,8% dos domicílios que levam dinheiro do programa estão situados em locais que têm rede geral, pluvial ou fossa ligada à rede. Como base de comparação, no total de domicílios que não recebem Bolsa Família, porque não necessitam ou não foram atendidos, há esgotamento sanitário em mais de 70% dos casos.
A coleta de lixo aparece em apenas 73,7% dos domicílios de Bolsa Família, ante 93% no grupo dos que não recebem o auxílio.
Apenas 29,7% dos lares que têm Bolsa Família possuem máquina de lavar roupa. Entre os que não recebem, esse percentual é mais que o dobro: 68,6%.
O menor grau de escolaridade é outra característica que diferencia as famílias beneficiadas. Em cerca de 14,4% dos lares que não recebem o auxílio algum morador tem curso superior. Esse número cai para 0,8% entre os beneficiários do programa.
Podem participar do Bolsa Família famílias que possuem renda por pessoa de até R$ 85 mensais. Também são atendidas aquelas com renda mensal por pessoa entre R$ 85 e R$ 170, desde que tenham crianças ou adolescentes de até 17 anos.
Já o BPC garante salário mínimo mensal ao idoso acima de 65 anos ou pessoas com deficiência de qualquer idade, com dificuldades físicas ou intelectuais, entre outros detalhes. Nesse caso, a renda por pessoa do grupo precisa ser inferior a um quarto do salário mínimo.