16,1 milhões
foi o a movimentação de passageiros no ano passado, sendo que 11,8 milhões usaram voos domésticos, e os demais 4,3 milhões, voos internacionais “reestatizar” dessa fatia do Galeão. O PR é ligado ao exdeputado Valdemar Costa Neto, que tem forte influência na Infraero.
A ala de Costa Neto tem minado o plano de privatização do setor aeroportuário, de acordo com fontes ligadas ao setor. A expectativa é que amplie a ofensiva para aproveitar o vácuo de poder que vai ocorrer nessa área do governo. O ministro dos Transportes, Maurício Quintella, que é de outra ala do PR, se licenciará do cargo para disputar as eleições em seu Estado.
A Secretaria de Aviação Civil (SAC) tenta reverter a decisão e impor que a estatal faça o aporte. Pessoas que participam dessas discussões afirmam que o dinheiro pode sair do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac).
Procurada, a Infraero declarou que “a decisão do conselho administrativo da Infraero é apenas uma etapa no processo que analisa o pedido de recursos feito pela Rio Galeão. À Infraero cabe uma deliberação de natureza técnica. A decisão final cabe ao governo federal”.
Em nota, a concessionária RioGaleão diz esperar que os processos seguirão seus trâmites sem sobressaltos.
“A RioGaleão está confiante em que a conclusão da reestruturação societária nas próximas semanas, o reperfilamento da outorga já pactuado com Ministério dos Transportes e Anac e a liberação do empréstimo de longo prazo pelo BNDES até o fim do ano irão garantir a sustentabilidade da concessão.”
A HNA é operadora de aeroportos, com 13 empreendimentos sob sua administração, mas também tem um braço de companhia aérea. Ela é a mesma que em 2015 fechou acordo com a Azul para comprar uma fatia de 23,7% do capital da companhia aérea brasileira.
Na operação no Galeão, a HNA substitui a Odebrecht Transport, assumindo 51% da parte privada. Os outros 49% vão ficar com a Changi, de Cingapura, que antes tinha 40%. Juntas, as duas ficam com 51% do Galeão.
Em 2013, o consórcio liderado pela Odebrecht arrematou o Galeão por R$ 19 bilhões — um ágio de 294%. Arrastadas pela Operação Lava Jato, a empresa não teve condições de cumprir os seus compromissos financeiros.
A Aena foi concedida à iniciativa privada em 2015. O governo aprovou a entrada de 49% de capital privado. Suas ações subiram mais de 20% só no primeiro dia. Os papéis, que foram vendidas por € 58, hoje são negociados por quase o triplo: € 160.
Com a privatização, o Estado manteve o controle de 51% da empresa e, ao mesmo tempo, arrecadou € 4,2 bilhões (na cotação atual, R$ 16 bilhões).
O principal acionista depois do governo espanhol é o fundo britânico TCI (The Children’s Investment Fund), seguido pelo bilionário George Soros, além de fundos soberanos como o de Abu Dhabi, dos Emirados Árabes.
Somada à sua atuação na Espanha, a Aena tem hoje participação nos aeroportos de países como México, EUA e Suécia.
Há no entanto reclamações sobre seu modelo. Com um ambicioso plano de expansão nos anos 2000, a empresa se endividou e teve de demitir 10% do quadro. Também há críticas pelo domínio do mercado, sem concorrência.