Globo diz não ter conhecimento de pagamento
Del Nero, e não para Marin.
Mas a testemunha voltou a dizer que, quando anotava “MP”, fazia uma referência aos dois brasileiros, Del Nero e Marin. Nas palavras dele, eles “eram um só, viviam juntos, sempre os via juntos”.
Mitchell, o advogado de Marin, também questionou Rodriguez sobre a destruição de arquivos nas sedes da Torneos y Competencias, algo que a defesa do brasileiro já havia mencionado após depoimento de Alejandro Burzaco, ex-dono da firma.
A estratégia da defesa é jogar dúvida sobre o acordo de delação premiada fechado pela testemunha, lembrando que, dos US$ 5 milhões que Rodriguez acumulou em seus anos como executivo da Torneos, só US$ 675 mil foram entregues aos EUA.
DE SÃO PAULO
Procurado pela Folha, Marcelo Campos Pinto não respondeu até a publicação desta reportagem.
O Grupo Globo disse que nunca teve conhecimento de pagamento de propina ao exfuncionário, mas não negou que isso possa ter ocorrido.
“Sobre a afirmação de uma testemunha no julgamento que acontece em Nova York de que o ex-diretor do Grupo Globo Marcelo de Campos Pinto recebeu em 2013 pagamento de uma empresa do Grupo Torneos y Competencias, que atua na área de marketing esportivo, o Grupo Globo esclarece que nunca teve conhecimento de tal pagamento. Caso tal pagamento tenha ocorrido, foi, evidentemente, contrário aos interesses da empresa. O Grupo Globo reafirma que não tolera nem paga propina”, disse a empresa por meio de nota.
Marco Polo Del Nero classificou o depoimento de Rodriguez como “contraditório” e lembrou que não era o presidente da CBF na época.
Em nota enviada à Folha pela defesa do dirigente, ele “reafirma que nunca participou, direta ou indiretamente, de qualquer irregularidade ao longo de todas atividades de representação que exerce ou tenha exercido”.
Os advogados de José Maria Marin só se pronunciarão após o fim do julgamento. O ex-presidente da CBF se declarou inocente das acusações de extorsão, fraude e lavagem de dinheiro.