Folha de S.Paulo

Cultura de SP deve ter menos verba em 2018, mas com bloqueio menor

- ISABELLA MENON

No primeiro ano à frente da Secretaria Municipal de Cultura de SP, André Sturm foi alvo de diversos protestos de parte do meio artístico em razão do congelamen­to de 43,5% do orçamento ligado à pasta, ou R$ 315 milhões, entre outras demandas. Hoje, o bloqueio está em 29%, cerca de R$ 188 milhões, informa a secretaria.

Para ano que vem, o secretário está otimista. A verba prevista no projeto de lei orçamentár­ia enviado à Câmara Municipal caiu 10% em relação a 2017, mas Sturm diz que a pasta sofrerá um congelamen­to de verba menor.

O projeto para 2018 gira em torno de R$ 436 milhões — neste ano, estimava aproximada­mente R$ 487 milhões. O secretário diz ainda, em entrevista à Folha, ter negociado outros R$ 25 milhões com a pasta da Fazenda.

O fomento à dança, um dos principais pontos de conflito entre Sturm e parte da classe artística, perderá quase R$ 5 milhões. Segundo o secretário, emendas em anos anteriores distorcem a comparação, e o segmento terá R$ 9 milhões, como determina a lei. O valor pode mudar na tramitação na Câmara Municipal.

Segundo o projeto de lei em tramitação, o fomento ao teatro terá R$ 2 milhões a menos. Já a verba para cultura da periferia de São Paulo pode crescer 20%, ou R$ 1,5 milhão. MUDANÇAS Em relação a políticas públicas, André Sturm mudará o programa de formação artístico-pedagógica Vocacional, para jovens a partir de 14 anos. E não mexerá no Piá, para crianças de cinco a 14 anos. As verbas devem ser as mesmas.

Hoje, os jovens se inscrevem em orientaçõe­s gratuitas de diferentes áreas, como teatro e literatura. A partir do ano que vem, o projeto funcionará sob demandas coletivas. Interessad­os montarão grupos para serem beneficiad­os.

“O Vocacional foi criado [em 2001] para pessoas que já possuem formação e por isso vamos resgatar esse origem”, afirma Sturm. Segundo ele, nenhuma das casas de cultura que visitou apresentav­a um programa concreto no Vocacional. O secretário vê ainda sobreposiç­ão de atribuiçõe­s.

“A gente já oferece nas casas de culturas e nos centros culturais oficinas que duram seis meses ou três meses, e são mais lúdicas”, explica.

As únicas áreas que não sofrerão mudanças são artes visuais e literatura, já que não dependem de um grupo.

Luiz Nascimento, diretor do “Fantástico” há quase 25 anos, deixou o cargo na Globo, afirmou nesta quarta-feira (29) o diretor-geral de jornalismo da emissora, Ali Kamel, em um comunicado.

Ele será substituíd­o por Bruno Bernardes, atual editor do programa, que integra o “Fantástico” desde 1999, quando foi contratado na equipe de jornalismo online.

O motivo da saída de Nascimento seriam “novos planos” em Portugal. Ele vinha demonstran­do interesse em mudar de país desde 2011, diz Kamel, mas teria adiado o projeto a pedido do diretor.

“No primeiro semestre desse ano, a conversa voltou em definitivo, e eu tive de me curvar a ela. Para mim, foi difícil”, diz Kamel na nota. Segundo o diretor, Nascimento foi o responsáve­l pela reformulaç­ão do programa dominical, no ar há 40 anos.

Após passagens por redações no Rio e em São Paulo, inclusive na Folha, Nascimento foi contratado pela Globo em 1978 como editor de esportes do “Jornal da Globo” e do “Bom Dia São Paulo”.

Ele já havia chefiado a redação do “Fantástico” em 1986, ao lado de Odejaime de Hollanda, mas deixou a emissora no mesmo ano, retornando como editor-chefe do programa em 1993.

Eugênia Moreyra, diretora da GloboNews e mulher de Nascimento, também deixará a emissora em dezembro, após 23 anos. Ela será substituíd­a por Miguel Athayde, exdiretor da editoria Rio.

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