Folha de S.Paulo

Gilmar Mendes decide soltar novamente o ‘rei do ônibus’

Barata Filho foi preso pela primeira vez em julho na operação Ponto Final

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Esta é a 3ª vez que o ministro solta Barata Filho e é a 4ª vez que o empresário obtém vitória no STF

O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), concedeu novo habeas corpus ao empresário Jacob Barata Filho, conhecido como “rei do ônibus” no Rio.

Gilmar também determinou a libertação de Lelis Teixeira, ex-presidente da Fetranspor (Federação das Empresas de Transporte­s de Passageiro­s do Estado do Rio).

Eles são investigad­os por suposto pagamento de propina envolvendo empresas de ônibus no Rio.

Esta é a terceira vez que Gilmar solta Barata Filho e é a quarta vez que o empresário consegue decisão favorável junto ao STF.

Barata Filho foi preso em julho na operação Ponto Final. Em agosto, Gilmar concedeu habeas corpus. O juiz federal Marcelo Bretas, do Rio, determinou nova prisão e o ministro concedeu novamente a liberdade.

O Ministério Público Federal recorreu e, em outubro, a Segunda Turma do STF referendou a decisão de Gilmar.

Em novembro, Barata Filho foi preso na operação Cadeia Velha, que atingiu a cúpula do PMDB no Rio.

Na mesma semana, a juíza federal Caroline Vieira Figueiredo também decidiu pelo restabelec­imento da prisão preventiva do empresário por desrespeit­o a medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal.

Ela atendeu a pedido do Ministério Publico Federal, que afirma ter obtido provas de que o empresário seguiu participan­do da gestão de suas empresas, o que contrariav­a a decisão do ministro Gilmar Mendes de agosto.

Na busca e apreensão realizada na Operação Cadeia Velha, a Polícia Federal encontrou relatórios gerenciais, balancetes financeiro­s, relações de pessoal e situação de frota relativos aos meses de setembro e outubro de 2017, posterior à sua soltura, em agosto. Havia ainda anotações manuscrita­s atribuídas a Barata Filho sobre mudanças na gestão da Fetranspor.

Agora, a defesa recorreu e obteve a soltura do empresário.

O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot pediu a suspeição (quando um juiz se considera inapto para atuar em um caso por motivos subjetivos), o impediment­o e a nulidade das decisões de Gilmar em casos da operação Ponto Final. Segundo Janot, Gilmar e sua mulher, a advogada Guiomar Mendes, possuem laços estreitos com a família de Barata Filho: teriam sido padrinhos de casamento da filha do empresário, Beatriz Barata, em 2013, entre outros fatos. Gilmar nega ter sido padrinho do casamento.

A procurador­a-geral da República Raquel Dodge pediu vista na ação levada ao STF por Janot e ainda não devolveu o processo ao tribunal. (LETÍCIA CASADO)

 ?? Reproducão/TV Globo ?? O empresário Jacob Barata Filho ao deixar a prisão ontem
Reproducão/TV Globo O empresário Jacob Barata Filho ao deixar a prisão ontem

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