Imperador Akihito abdicará em abril de 2019
DE SÃO PAULO
O imperador Akihito, que já havia manifestado seu desejo de deixar o trono do Japão, irá abdicar em 30 de abril de 2019, informou o premiê Shinzo Abe nesta sexta (1º) em pronunciamento após reunir-se com o monarca.
Akihito, 84, assumiu o trono em 1989 após a após a morte do pai, Hirohito, que liderou o país durante a Segunda Guerra (1939-1945).
Ele tem sofrido com a saúde nos últimos anos e passou por uma cirurgia cardíaca e um câncer de próstata. Em agosto de 2016, indicou seu desejo de abdicar por avaliar que não conseguiria mais cumprir bem seus deveres.
Na ocasião, o imperador não usou a palavra “abdicação” em seu discurso, já que a Constituição o obriga a exercer o cargo até a morte e usar o termo seria considerado um ato político, o que a Carta do pós-guerra o impede de fazer.
Assim, ele sugeriu reformar as leis para contemplar a abdicação e criticou de forma velada o sistema de regência, prevista apenas nos casos de o imperador não ter al- cançado a maioridade, sofrer de doença grave ou estar incapacitado para a função devido a “obstáculos sérios”.
O pedido de Akihito foi atendido pelo Parlamento, que em junho de 2017 aprovou a liberação da renúncia. A lei, porém, vale apenas para Akihito e não será aplicada aos próximos imperadores. Tampouco prevê mudança para permitir que uma mulher suba ao trono.
Ao longo de seu reinado, Akihito, que estudou ciência política na universidade de Gakushuin, buscou fechar feridas abertas pela guerra, visitando locais de atrocidades cometidas pelo Exército japonês. Ele também quebrou tradições ao se casar, em 1959, com Michiko, filha de um comerciante de cereais que conheceu em um clube.
O sucessor será seu primogênito, Naruhito, 57, que deve se tornar o 126º imperador do Japão. A família imperial japonesa é considerada por historiadores a mais antiga do mundo, com origens que remontam a 2.600 anos atrás.