Folha de S.Paulo

Bondoso e bem-humorado palmeirens­e

- ELMO SARETTO (1925-2017) PAULO GOMES

Dizia-se que Elmo era tão bondoso que não conseguiri­a fazer mal a uma formiga.

Fiscal de rendas do Estado de São Paulo, teve certa vez que autuar uma senhora por uma irregulari­dade em um pequeno negócio. A pobre mulher, porém, não tinha condições para arcar com a multa. Elmo não teve dúvidas: pagou do próprio bolso.

Cresceu junto com a São Paulo do século 20. Gostava muito de futebol e, na infância, no bairro central da Bela Vista, jogava bola e empinava pipa na área onde hoje está a avenida Nove de Julho.

Aos 12 anos já trabalhava. Juntava o pouco do que sobrava de seu salário para pegar um bonde e em seguida caminhar até o Palestra Itália , para assistir aos jogos do Palmeiras, time do coração.

Viveu os últimos 60 anos no Sumaré, mais próximo ao clube. Todos esses anos, e mais cinco antes da mudança, com a mulher, Iracema.

O noivado, aliás, teve de ser adiado por um evento triste. Tinha ido até sua cidade natal, Mineiros do Tietê (a 268 km de São Paulo), para pedir a mão de Iracema à família, e recebeu a notícia de que o pai falecera subitament­e.

Amante da natureza, após os 50 Elmo conseguiu comprar um sítio no interior. Adorava: “Parecia um passarinho solto da gaiola”, diz uma de suas irmãs, sobre a alegria.

Bem-humorado, nos últimos anos costumava dizer que estava nos “acréscimos da prorrogaçã­o”.

O apito final veio no dia 20 de outubro, aos 92, devido a complicaçõ­es pulmonares. Deixa a mulher, os filhos Silvia e Renato, e o neto Rodrigo,

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