Bondoso e bem-humorado palmeirense
Dizia-se que Elmo era tão bondoso que não conseguiria fazer mal a uma formiga.
Fiscal de rendas do Estado de São Paulo, teve certa vez que autuar uma senhora por uma irregularidade em um pequeno negócio. A pobre mulher, porém, não tinha condições para arcar com a multa. Elmo não teve dúvidas: pagou do próprio bolso.
Cresceu junto com a São Paulo do século 20. Gostava muito de futebol e, na infância, no bairro central da Bela Vista, jogava bola e empinava pipa na área onde hoje está a avenida Nove de Julho.
Aos 12 anos já trabalhava. Juntava o pouco do que sobrava de seu salário para pegar um bonde e em seguida caminhar até o Palestra Itália , para assistir aos jogos do Palmeiras, time do coração.
Viveu os últimos 60 anos no Sumaré, mais próximo ao clube. Todos esses anos, e mais cinco antes da mudança, com a mulher, Iracema.
O noivado, aliás, teve de ser adiado por um evento triste. Tinha ido até sua cidade natal, Mineiros do Tietê (a 268 km de São Paulo), para pedir a mão de Iracema à família, e recebeu a notícia de que o pai falecera subitamente.
Amante da natureza, após os 50 Elmo conseguiu comprar um sítio no interior. Adorava: “Parecia um passarinho solto da gaiola”, diz uma de suas irmãs, sobre a alegria.
Bem-humorado, nos últimos anos costumava dizer que estava nos “acréscimos da prorrogação”.
O apito final veio no dia 20 de outubro, aos 92, devido a complicações pulmonares. Deixa a mulher, os filhos Silvia e Renato, e o neto Rodrigo,