SP e Rio trocam suspeitos de elo com facções
Transferência de 160 presos entre Estados envolveu detentos acusados de serem do CV e PCC
Os governos de São Paulo e do Rio de Janeiro realizaram a transferência de 160 presos que são acusados de ligação com facções criminosas que agem nos dois Estados.
A transferência ocorreu entre quinta-feira (30) e sextafeira (1º), com autorização da Justiça e apoio do Ministério da Justiça e do Departamento Penitenciário Nacional.
Em geral, detentos são mantidos em unidades prisionais dos Estados onde foram presos. Mas, segundo analistas, no caso de membros de organizações criminosas, a transferência pode ocorrer para evitar conflitos entre facções dentro de presídios.
A reportagem apurou que detentos ligados ao CV (Comando Vermelho) foram transferidos para o Rio de Janeiro e criminosos do PCC (Primeiro Comando da Capital) enviados para São Paulo.
O Depen (Departamento Penitenciário Nacional) disse que o resultado esperado é mais agilidade nos processos judiciais ao devolver para os Estados de origem os presos que aguardavam julgamento em unidades distantes de onde cometeram os crimes.
A transferência ocorreu por meio de um avião da FAB (Força Aérea Brasileira). Além do auxílio das Forças Armadas, teve apoio das polícias Militar e Civil de cada Estado, além de agentes penitenciários. OPERAÇÃO Em outubro, a polícia de São Paulo prendeu 13 pessoas ligadas à facção criminosa PCC suspeitas de fornecerem armamento a traficantes da favela da Rocinha, no Rio.
As prisões fizeram parte da Operação Salazar, em cidades da Grande São Paulo e também no litoral sul.
Segundo a polícia, a suspeita do envolvimento do PCC com traficantes da Rocinha aconteceu após a interceptação de ligações telefônicas.
Foi descoberto que a organização de São Paulo fornecia fuzis e outras armas para os membros da ADA (Amigos dos Amigos), facção que domina a favela da Rocinha.
No final de 2016, a facção criminosa paulista selou aliança com a ADA, segunda maior facção criminosa do Rio e inimiga histórica do CV.