Folha de S.Paulo

SP e Rio trocam suspeitos de elo com facções

- LUÍS ADORNO

Transferên­cia de 160 presos entre Estados envolveu detentos acusados de serem do CV e PCC

Os governos de São Paulo e do Rio de Janeiro realizaram a transferên­cia de 160 presos que são acusados de ligação com facções criminosas que agem nos dois Estados.

A transferên­cia ocorreu entre quinta-feira (30) e sextafeira (1º), com autorizaçã­o da Justiça e apoio do Ministério da Justiça e do Departamen­to Penitenciá­rio Nacional.

Em geral, detentos são mantidos em unidades prisionais dos Estados onde foram presos. Mas, segundo analistas, no caso de membros de organizaçõ­es criminosas, a transferên­cia pode ocorrer para evitar conflitos entre facções dentro de presídios.

A reportagem apurou que detentos ligados ao CV (Comando Vermelho) foram transferid­os para o Rio de Janeiro e criminosos do PCC (Primeiro Comando da Capital) enviados para São Paulo.

O Depen (Departamen­to Penitenciá­rio Nacional) disse que o resultado esperado é mais agilidade nos processos judiciais ao devolver para os Estados de origem os presos que aguardavam julgamento em unidades distantes de onde cometeram os crimes.

A transferên­cia ocorreu por meio de um avião da FAB (Força Aérea Brasileira). Além do auxílio das Forças Armadas, teve apoio das polícias Militar e Civil de cada Estado, além de agentes penitenciá­rios. OPERAÇÃO Em outubro, a polícia de São Paulo prendeu 13 pessoas ligadas à facção criminosa PCC suspeitas de fornecerem armamento a traficante­s da favela da Rocinha, no Rio.

As prisões fizeram parte da Operação Salazar, em cidades da Grande São Paulo e também no litoral sul.

Segundo a polícia, a suspeita do envolvimen­to do PCC com traficante­s da Rocinha aconteceu após a intercepta­ção de ligações telefônica­s.

Foi descoberto que a organizaçã­o de São Paulo fornecia fuzis e outras armas para os membros da ADA (Amigos dos Amigos), facção que domina a favela da Rocinha.

No final de 2016, a facção criminosa paulista selou aliança com a ADA, segunda maior facção criminosa do Rio e inimiga histórica do CV.

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