Desembarque do PSDB será ‘elegante’, afirma Temer
Com Alckmin e Meirelles, presidente fala em saída ‘cortês’ do partido do governo
Tucano, que tenta obter apoio de bloco governista, faz gesto de aproximação em evento no interior de São Paulo
Ao lado do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o presidente Michel Temer disse neste sábado (2) que o desembarque do PSDB do governo será de modo “cortês e elegante”.
Temer participou de dois eventos no interior de São Paulo ao lado também do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), que quer se lançar candidato a presidente e disputa com o PSDB o apoio de partidos do bloco governista em 2018.
“Será uma coisa cortês e elegante. Como do meu estilo e do governador. Eu tenho certeza que o PSDB deu uma grande colaboração ao governo. Nós temos um ano e meio, o PSDB esteve presente um ano e meio, aliás em ministérios de grande porte”, afirmou o peemedebista, após entregar unidades do programa Minha Casa, Minha Vida em Limeira (a 148 km de São Paulo).
Ele acrescentou que, até então, não havia discutido o assunto com o governador.
Antes, em discurso no evento, Alckmin (PSDB), pediu “entendimento” ao presidente.
Como publicado pela Folha, o evento deste sábado também é um passo para a costura de um eventual apoio governista à candidatura de Alckmin ao Planalto em 2018.
“Presidente, conte conosco”, afirmou o governador na cerimônia. “A boa política é buscar entendimento. Entendimento para resolver os problemas do Brasil e melhorar a vida das pessoas.”
Em um segundo discurso, na cidade de Americana, a 30
MICHEL TEMER
durante evento em Limeira (SP) km de Limeira, o tucano voltou a falar de aliança com o governo Temer.
Disse que viu recentemente um provérbio libanês, origem dos ascendentes de Temer, que diz “com uma mão só não dá para aplaudir”. E, dirigindo-se ao presidente, afirmou: “Nós precisamos dar a mão, fazer parceria em benefício do Brasil.”
Na última quinta (30), o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) disse que o desembarque dos tucanos da Esplanada dos Ministérios dependia de um diálogo entre Temer e Alckmin.
Havia a expectativa de uma conversa mais longa entre os dois neste sábado para acertar um acordo de “não agressão” por parte dos tucanos em relação ao peemedebista.
Auxiliares do presidente, porém, disseram que, apesar do encontro, a conversa não aconteceu.
O PSDB ainda detém três pastas no governo: Secretaria de Governo, Direitos Humanos e Relações Exteriores. DEFESA DA GESTÃO Meirelles exaltou na visita a gestão Temer, que, segundo ele, “em um ano fez uma diferença enorme na vida de todos”, com a inflação reduzida e recuperação de empregos. Na semana passada, a Folha mostrou que o ministro já deu uma sinalização direta a Temer de sua disposição em ser o candidato governista em 2018.
“Todo o grupo aqui está construindo esse país. Agora o Brasil está em outra fase”, disse, em discurso.
Além de Alckmin e Meirelles, Temer estava acompanhado de ministros que fizeram a defesa do legado da gestão governista, principalmente na área econômica.
Estiveram com ele Moreira Franco (Secretaria Geral) e Alexandre Baldy (Cidades) e o presidente da Caixa Econômica, Gilberto Occhi.
Em Limeira, Temer inaugurou 900 unidades do programa Minha Casa, Minha Vida. Em Americana, onde entregou mais 896 unidades, o presidente recebeu vaias, inclusive enquanto celebrava os feitos de sua gestão.
Ele prometeu um programa de término de obras paradas do governo. Segundo ele, serão inauguradas 25 mil unidades do Minha Casa, Minha Vida até o fim do ano.
MARINA DIAS,
Após um longo período de discussões e do que costuma chamar de “ciclo de reflexão”, Marina Silva decidiu se lançar pré-candidata à Presidência em 2018. A ex-senadora afirmou que a crise em que o país está mergulhado fez com que ela se dispusesse a concorrer pela terceira vez ao Palácio do Planalto.
“O compromisso e o senso de responsabilidade, sem ser a dona da verdade, me convoca para esse momento”, afirmou Marina neste sábado (2), em Brasília, durante reunião do Elo Nacional da Rede, partido fundado pela exsenadora em 2015.
Em discurso de quase uma hora, Marina disse que é preciso “dar um sabático de quatro anos para os partidos que criaram a crise no país” e que está preparada para enfrentar uma “campanha ralada”.
“Não vamos nos unir para combater ninguém [...] uma campanha ralada dói bem menos que um país partido”, completou, em uma paródia da música de Kell Smith.
A ex-senadora repetiu o discurso que defendeu em 2010 e 2014 —quando ficou em terceiro lugar, com cerca de 20 milhões de votos nas duas ocasiões— de que vai “manter as conquistas e fazer o desenvolvimento econômico com sustentabilidade”. A ideia, juntamente com a defesa do meio ambiente, deve ser mais uma vez sua bandeira de campanha.
Marina voltou a dizer que
“do meu estilo e do governador. Eu tenho certeza que o PSDB deu uma grande colaboração ao governo