Ao streaming [crescimento
Folha - Qual é o papel da gravadora agora que a música tornou-se fácil de ser feita, fácil de ser distribuída e que o produto final custa pouco?
Paulo Lima - Eunãosoupresidente de gravadora. Sou presidente de uma empresa de conteúdo, mídia e entretenimento. Alguns papéis não mudaram, como o de descobrir talentos, construir carreiras. Um exemplo é a [dupla] Anavitória. Quando entrei na companhia, já a conhecia. Mas definimos estratégias de distribuição,deplanejamento de carreira. A grande diferença é que antes pegava-se o artista, gravava-se o disco, fazia-se o marketing e vendiase o CD. Hoje a Universal pode fazer até um festival, como o Urbanamente. Temos uma área de novos negócios, uma de branding. Nós olhamos o artista como uma marca. Junto com ele, desenvolvemos a marca,acurtoealongoprazo. A indústria fonográfica cres- ceu em 2016 na comparação com o ano anterior (faturamento de US$ 15,68 bilhões, 5,9% mais do que em 2015). Isso se deve a quais fatores? Francisco Matarazzo, 694, Água Branca, tel. 11 38628279), a partir das 16h, e reúne Rael, Onze:20, Haikass e Maneva. Ingressos de pista custam a partir de R$ 40. Mais informações em www. ticket360.com.br. de 60,4% em relação a 2015 e receita de US$ 4,56 bilhões]. O streaming é um modelo de negócios recorrente: antes você comprava um CD por R$ 20eoouviamilharesdevezes. Hoje o usuário paga uma quantia todo mês. O mercado brasileirotemmuitoparacrescer. Aposto em mais crescimento e que ultrapassaremos os resultados dos anos 1990.
É que falta conhecimento. Existem acordos de gravadoras e editoras nos quais os artistas e compositores recebem a parte que lhes cabe. Mudou o modelo, houve uma pulverização [de pagamentos].Agoraosvaloresestãoem centavos de reais. O valor foi sendo fracionado. Saiu-se da vendadeumprodutoparaum serviço. Tenta-se compensar isso com escala, com milhões de pessoas consumindo. Ao trabalhar um artista como branding, não corre-se o risco de a música perder personalidade?
Quando olho um artista, olhonãosócomoumcaraque canta. Não interferimos na arte, queremos é potencializála. Simone & Simaria estouraram há oito meses, muito porque fizeram uma música para a Tim. É criação delas, mas foi potencializada pelo acordo. Mas, ao se associar com uma marca, não há risco de o artista sofrer com um eventual problema de exposição da marca?
Cada artista tem de ter seu planejamento. Não existe maissóumlugarparavender. É melhor lançar disco, clipe ou EP? E vai lançar onde? Não Muitos artistas preferem fazer lançamentos de música a música. O disco vai morrer?
Depende de cada artista. Lançamos um disco dos Paralamas, e no Natal vamos lançar um vinil. Mas, para alguns artistasnãoadiantalançarCD ou DVD,, o público não vai consumir. Vivemos na era do single, mas o disco não vai acabar. Para muitos artistas, émelhorlançarváriossingles. A gravadora ajuda o artista a montaresseplanejamento.Às vezes é melhor lançar quatro músicas e trabalhá-las direito do que lançar um disco.
“tem de ter seu planejamento. Não existe mais só um lugar para vender. É melhor lançar disco, clipe ou EP? E vai lançar onde? Não há mais fórmula. Temos de entender cada artista para trabalhar cada um
THIAGO NEY