Comida típica dos índios kambeba chama viajantes
DA ENVIADA ESPECIAL A MANAUS
Peixes recém-pescados no rio Negro, jambu refogado, baião de dois, mandioca, molhodetucupi.Ocardápiosimples, recheado das referências amazônicas, é a aposta do restaurante comunitário Sumimi para atrair visitantes.
Gerenciado por índios da etnia kambeba, o lugar foi inaugurado em 2011 como iniciativa de turismo de base comunitária no povoado Três Unidos, a 60 km de Manaus, na APA (área de proteção ambiental) do rio Negro.
A comunidade indígena entrou na rota do turismo na região por viver perto do arquipélago das Anavilhanas e receber visitantes que chegam principalmente pelo navio Iberostar, que parte de Manaus em direção às ilhas e faz ali uma parada semanal.
Por vez, desembarcam em média cem turistas, que almoçam no local e compram o artesanato típico dos kambeba, feito com madeiras e sementes de açaí.
Pequenos roçados de mandioca, a produção de farinha, a caça e a pesca completam a subsistência na comunidade, onde vivem 80 pessoas.
A ideia de criar o restaurante veio do tuxaua (líder indígena) Waldemir Silva, ou Triukuxuri, seu nome kambeba, e teve apoio da FAS (FundaçãoAmazonasSustentável), que promove o turismo comunitário na região.
“O tempo de cortar madeira para fazer roça passou. Hoje o que queremos é preparar nossos filhos para estudar e ajudar a proteger a natureza”, diz o tuxaua.
Que o diga sua filha Neurilene Cruz, Miskui na língua indígena, 33, técnica em enfermagem que trabalha no posto de saúde local. Mas ela se sente realizada mesmo comandandopanelasnorestaurante, e já representou seu povo na Figa, maior feira gastronômica do Amazonas. (AV)