Folha de S.Paulo

Inchaço estatal

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Ao longo das administra­ções petistas, o quadro de pessoal das empresas federais experiment­ou inchaço ainda mais intenso —e menos transparen­te— que o do funcionali­smo de ministério­s, autarquias e fundações da União.

De cerca de 370 mil funcionári­os em 2002, o contingent­e empregado pelas estatais controlada­s pelo Tesouro Nacional passava dos 550 mil em 2014, quando as finanças de todo o setor público começaram a entrar em colapso.

Nenhuma razão econômica ou administra­tiva justifica a espantosa expansão de quase 50% em apenas três mandatos presidenci­ais. Fora algumas providênci­as pontuais, como a substituiç­ão de terceiriza­dos, tratava-se basicament­e de obedecer a pulsões ideológica­s e corporativ­as, em meio às ilu- sões de uma prosperida­de efêmera.

Com motivações similares, ampliou-se o funcionali­smo do Executivo, no mesmo período, em pouco mais de 25%, para 614 mil. Neste caso, ao menos, há dados disponívei­s a respeito da alocação e da remuneraçã­o de cada servidor.

Nas estatais, tudo é mais nebuloso: não se conhecem os critérios de contrataçã­o, os padrões salariais (inexiste teto legal para os vencimento­s), as proporções entre os aprovados em concurso e as nomeações políticas.

Sabe-se, de todo modo, que os quadros passam por enxugament­o, acelerado a partir do ano passado. Conforme números recémdivul­gados, o total de funcionári­os das empresas já caiu a 507 mil.

Não desprezíve­l, a redução parece generaliza­da, abrangendo os quatro grupos que mais empregam

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