Status da cidade é alvo de disputa renhida e longeva
que seja evitada qualquer ação que dificulte uma solução de dois Estados.
As negociações de paz, entretanto, já estão congeladas.
Em 1995, uma lei aprovada sob o governo do democrata Bill Clinton estabelecia que a Embaixada dos EUA em Israel deveria ser transferida de Tel Aviv para Jerusalém.
Mas a mesma lei, para evitar mergulhar a região novamente em instabilidade, permitia ao presidente, a cada seis meses, adiar a mudança por mais um semestre alegando questões de segurança.
Desde Clinton, todos os presidentes dos EUA sempre emitiram a ordem impedindo a mudança, incluindo Trump em junho. O prazo para ele dar a ordem adiando a transferência por mais seis meses venceu no dia 4.
Dias antes, o vice, Mike Pence, afirmara que Trump já estudava como pôr a mudança em prática, sem contudo deixar claro quando ocorreria.
DE SÃO PAULO
A decisão do governo Trump de levar sua embaixada de Tel Aviv para Jerusalém contraria décadas de entendimento da comunidade internacional de que a divisão da cidade deve ser determinada por negociações de paz entre israelenses e palestinos.
Israel proclamou Jerusalém capital eterna e indivisível em 1980, citando raízes espirituais e históricas.
Depois da diáspora judaica, a cidade ficou sob governo de muçulmanos árabes por 1.300 anos, até o fim do Império Otomano, na Primeira Guerra Mundial. De 1923 a 1948, existiu ali a Palestina do Mandato Britânico, que tinha em Jerusalém sua capital.
Com a guerra de independência de Israel, em 1948, os palestinos foram expulsos ou fugiram da porção ocidental da cidade, enquanto judeus foram retirados da Cidade Antiga e de Jerusalém Oriental.
Depois da Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel tomou da Jordânia o controle de Jerusalém Oriental e anexou a área, o que foi considerado ilegal pela ONU e não é reconhecido pela maior parte da comunidade internacional.
Jerusalém Oriental, com cerca de 300 mil habitantes majoritariamente árabes, é apontada pelos palestinos como a capital de seu futuro Estado.
Devido à controvérsia, nenhuma embaixada funciona na cidade.