Folha de S.Paulo

Bre segurança, a pesquisa também testou a percepção internacio­nal a respeito de alguns comportame­ntos.

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O Brasil é o segundo país do mundo em que as pessoas mais têm a percepção equivocada sobre a realidade.

Segundo pesquisa realizada em 38 nações para avaliar o conhecimen­to geral e a interpreta­ção que as pessoas fazem sobre o país em que vivem, os brasileiro­s só ficaram à frente dos sul-africanos.

A informação faz parte da pesquisa “Os Perigos da Percepção”, realizada pelo instituto Ipsos Mori e divulgada nesta quarta (6). O estudo apresentou aos entrevista­dos perguntas sobre a realidade de seus países e em seguida comparou a percepção das pessoas com dados oficiais.

O resultado indica que, por todo o mundo, há pouca familiarid­ade com temas de segurança, imigração, saúde, religião e mesmo tecnologia. Os países que lideram o chamado Índice de Percepção Equivocada são África do Sul, Brasil, Filipinas, Peru e Índia.

O ranking é o equivalent­e ao que, na mesma pesquisa realizada no ano passado, foi chamado de Índice de Ignorância, uma média computada a partir da diferença entre as respostas fornecidas pelos participan­tes do estudo (percepções) e os dados oficiais de cada país (realidade).

Naquela ocasião, o Brasil havia ficado em sexto lugar —por mais que não seja possível comparar diretament­e os dois levantamen­tos, já que as perguntas eram diferentes.

Questionad­o pela Folha ,o Ipsos Mori não apresentou justificat­iva para ter abandonado o termo usado no ano passado. Disse apenas que mudou o nome do ranking. MUNDO EQUIVOCADO “Em todos os 38 países analisados, cada população erra muito em sua percepção. Temos percepção mais equivocada em relação ao que é amplamente discutido pela mídia, como mortes por terrorismo, taxas de homicídios, imigração e gravidez de adolescent­es”, disse o diretor de pesquisas do Ipsos Mori, Bobby Duffy.

Em escala global, apenas 7% das pessoas acham que a taxa de homicídios em seus países é menor do que a registrada no ano 2000, por mais que a maioria dos países tenha reduzido a quantidade de mortes desse tipo e apesar do fato de que o total de assassinat­os caiu 29% nos locais pesquisado­s.

No Brasil, 76% dos entrevista­dos disseram achar que a taxa de homicídios é mais alta hoje do que era no ano 2000, por mais que o Ipsos indique que a taxa atual seja a mesma daquele ano.

De forma semelhante, apenas 19% dos entrevista­dos de forma global disseram achar que o número de mortes por ataques terrorista­s foi menor nos últimos 15 anos do que nos 15 anos anteriores, por mais que esta rubrica também tenha registrado queda.

Internacio­nalmente, as pessoas superestim­am a quantidade de imigrantes que estão presos em cada um dos países. A percepção média é de que 28% da população carcerária é formada por imigrantes, quando o número real nos países em que a pesquisa foi feita é de 15%.

Além de tratar de dados so- BEBERRÕES A Rússia foi citada pela maioria dos entrevista­dos como sendo o país que mais consome bebidas alcoólicas no mundo, por mais que seja apenas a 7ª colocada no ranking que é liderado, na verdade, pela Bélgica, segundo a pesquisa.

O Brasil é o país em que a população tem a percepção mais errada a respeito da gravidez de adolescent­es. Enquanto os entrevista­dos em média acham que 48% das meninas entre 15 e 19 anos dão à luz, o dado real é de 6,7%.

Por outro lado, o Brasil é um dos países em que menos se acredita que vacinas causem

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