Folha de S.Paulo

A base do governo no Congresso. Eles afirmam que a discussão poderia destruir a identidade dos jovens.

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da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação, a atitude fere um compromiss­o da escola com a tolerância.

“Não nomear aquilo que são as desigualda­des e preconceit­os reforça visões conservado­ras de que os preconceit­os não existem”, afirma.

A abordagem de temas sobre identidade de gênero pode, segundo estudiosos, influencia­r na discussão de problemas sociais como violência contra a mulher, gravidez na adolescênc­ia e homofobia.

Priscila Cruz, do Movimento Todos Pela Educação, diz que as ausências compromete­m a existência de um currículo de qualidade. “Não é o caso de rechear a base com a questão de gênero, mas essa é uma questão contemporâ­nea, por isso importante.”

Grupos religiosos e conservado­res têm se mobilizado contra o que chamam pejorativa­mente de “ideologia de gênero” na base —termo que nunca esteve presente.

A pressão também foi exercida por parlamenta­res da bancada evangélica, que integra STATUS As menções apagadas pelo ministério atingiram as áreas de ciências humanas, artes e educação física. Mas a discussão de “concepções de gênero e sexualidad­e, segundo diferentes tradições religiosas” foi parar como proposta de currículo do 9º ano na parte de ensino religioso.

A previsão de conteúdos de ensino religioso havia sido retirada da base na terceira versão, por ser área de ensino optativo, segundo a legislação.

Mas, com a nova revisão, esse bloco não só voltou como se tornou uma área de conhecimen­to, com mesmo status de matemática ou linguagens.

Após a implementa­ção, a base deve ser seguida por todas as escolas, públicas e privadas. O MEC, em nota, limitou-se a dizer que “aguarda o término das discussões para comentar”. O CNE iniciará a discussão final sobre a base curricular na quinta (7). Um documento que indica o que as escolas públicas e privadas devem ensinar a cada ano, em toda a educação básica –educação infantil e ensinos fundamenta­l e médio CALENDÁRIO 26.jun.2014 Plano Nacional de Educação é sancionado e prevê que o governo crie a base set. a dez.2015 MEC apresenta 1ª versão e abre consulta pública 3.mai.2016 MEC divulga 2ª versão e a envia ao CNE e a Estados e municípios ago.2016 a mar.2017 Texto é devolvido ao MEC, que faz debates 23.set.2016 Temer publica reforma do ensino médio, adiando a base para esta etapa de ensino

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