Folha de S.Paulo

Morre dançarina pivô de escândalo sexual nos anos 60 no Reino Unido

-

Lauer, 59, foi demitido no fim de novembro depois de uma série de denúncias contra ele por assédio sexual.

Dias antes, o âncora da CBS Charlie Rose, 75, teve seu contrato encerrado pela emissora. Colaborado­r do prestigiad­o programa “60 Minutes”, ele foi denunciado por colegas e ex-estagiária­s por ter apalpado as pernas delas, entre outros episódios.

“Essa é a mudança social mais rápida que nós vimos em décadas, e começou com atos de coragem individuai­s de centenas de mulheres —e alguns homens também— que contaram suas próprias histórias”, disse o editor-chefe da revista, Edward Felsenthal, durante entrevista ao programa “Today” logo após anunciar o vencedor. POLÍTICA A ação antiassédi­o também chegou à política europeia. Vieram à tona casos no Parlamento Europeu e nos governos britânico e austríaco. No Reino Unido, dois ministros caíram.

No dia 25 de outubro, os eurodeputa­dos realizaram uma sessão do Parlamento Europeu segurando placas com a hashtag #MeToo.

Completava­m a lista dos finalistas o procurador Robert Mueller (quarto), que investiga a ligação entre a campanha de Trump e a Rússia na eleição presidenci­al; o ditador norte-coreano Kim Jongun (quinto); o jogador de futebol americano Colin Kaepernick (sexto), que deu início a uma onda de protestos contra o racismo no esporte dos EUA; e a cineasta Patty Jenkins, que dirigiu “MulherMara­vilha” (sétima), o filme com maior bilheteria da história (US$ 821,7 bilhões) dirigido por uma mulher (excluídos desenhos animados).

DA REUTERS

Morreu na terça-feira (5) a modelo e dançarina Christine Keeler, 75, que nos anos 1960 protagoniz­ou um escândalo sexual no Reino Unido por se relacionar, no auge da Guerra Fria, com um ministro britânico e com um diplomata soviético.

O relacionam­ento de Keeler com o então ministro da Guerra John Profumo, que era casado, escandaliz­ou a sociedade britânica em 1963.

Eles se conheceram quando ela tinha 19 anos durante uma festa na piscina na casa de William Astor, colega de Profumo no Partido Conservado­r. Logo após a relação entre os dois ser revelada ao público, tabloides britânicos mostraram que Keeler também havia tido um caso com Yevgeny Ivanov, um adido naval soviético.

O caso foi considerad­o um marco no Reino Unido, por ter sido a primeira vez que detalhes da vida íntima de um político chegaram ao conhecimen­to do público.

Profumo foi obrigado a renunciar ao cargo pouco depois por ter mentido ao Parlamento sobre a relação. Ele morreu em 2006.

A isso se seguiu uma crise política e diplomátic­a que contribuiu para a queda do primeiro-ministro Harold Macmillan. Por isso, o “caso Profumo” é visto como um divisor de águas que mudou as atitudes britânicas em relação ao sexo e às classes sociais.

O filho de Keeler, Seymour Platt, disse ao jornal “The Guardian” que sua mãe morreu na noite de terça após meses sofrendo de uma doença pulmonar. A notícia só veio a público nesta quarta (6).

Após o escândalo, Keeler tentou manter uma vida humilde, mas sempre foi perseguida por sua participaç­ão no caso. Ela sempre negou que fosse prostituta, informação repetida pelos tabloides.

“Houve muitas coisas boas na vida bastante trágica de Chris, porque havia uma família ao seu redor que a amava”, contou Platt ao “Guardian”. “Acho que o que aconteceu com ela na época foi bastante prejudicia­l.”

 ?? Lewis Morley/National Portrait Gallery ?? A modelo e dançarina Christine Keeler em foto de 1963
Lewis Morley/National Portrait Gallery A modelo e dançarina Christine Keeler em foto de 1963

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil