Folha de S.Paulo

Delator acusa Flynn de comunicar fim de sanções a empresário

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DE SÃO PAULO - Um delator ouvido pela equipe de investigaç­ão sobre a suposta ligação da equipe de campanha de Donald Trump com a interferên­cia russa na eleição de 2016 acusou o ex-conselheir­o de Segurança Nacional Michael Flynn de avisar a um empresário que as sanções dos EUA contra a Rússia acabariam.

Segundo o jornal “The New York Times”, o homem, cujo nome não foi revelado, afirma que Flynn passou a informação a Alex Copson, da ACU Strategic Partners, em 20 de janeiro, dia da posse de Trump.

Antes de entrar na campanha republican­a, em meados do ano passado, Flynn foi contratado por Copson para tecer um plano a fim de conseguir o apoio do Kremlin para seu projeto de construção de usinas nucleares no Oriente Médio.

A iniciativa estava travada devido às punições impostas pelo ex-presidente Barack Obama desde 2014 —as medidas, porém, ainda não foram derrubadas por Trump.

O empresário teria dito ao delator que “era o melhor dia da minha vida” porque “vou começar algo em que estou trabalhand­o há anos, e agora recebemos o aval para ir”.

Na sequência, Copson teria mostrado a mensagem de Flynn assegurand­o a aprovação do término das punições e dizendo que ele continuass­e com seu plano. “Isso vai deixar muita gente rica”, disse.

A declaração aparece em uma petição do deputado Elijah Cummings, líder democrata na Comissão de Supervisão e Reforma do Governo, ao presidente do órgão, Trey Gowdy, de investigaç­ão dos novos indícios. Na sexta (1º), Flynn confessou ter mentido ao FBI sobre os encontros que teve com o embaixador russo.

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