Folha de S.Paulo

Câmara aprova Refis para micro e pequenas

Casa também avaliza parcelamen­to de dívidas com Funrural; renúncia fiscal é de R$ 23 bi

- ANGELA BOLDRINI

Com o apoio do governo, que busca votos para a reforma da Previdênci­a, a Câmara aprovou nesta quarta (6) um pacote de projetos com impacto nas contas públicas: o parcelamen­to de dívidas (Refis) de produtores rurais com o Funrural (Fundo de Assistênci­a ao Trabalhado­r Rural) e o de micro e pequenas empresas do Simples Nacional.

No projeto sobre o Funrural, ainda serão analisados destaques. Depois, o texto segue para o Senado.

Já o Refis para as pequenas empresas vai direto para o Senado. Pelo texto aprovado, as empresas poderão parcelar as dívidas do regime tributário do Simples Nacional em até 180 parcelas, com 90% de desconto nos juros e multas.

O parcelamen­to fora aprovado em medida provisória que tratava do Refis de grandes empresas, mas o artigo foi vetado por Michel Temer, alegando inconstitu­cionalidad­e. Segundo analistas do Planalto, seria preciso um projeto de lei complement­ar para a concessão dos descontos.

O Refis para microempre­sas reproduziu as condições de parcelamen­to do programa para as grandes. Pela proposta, os interessad­os deverão pagar uma entrada de 5%, parcelada em cinco vezes.

A renúncia fiscal é estimada pelo governo em R$ 7,8 bilhões em dez anos.

Já a proposta do Refis rural, patrocinad­a pela bancada ruralista, é baseada em uma medida provisória que havia sido editada com o mesmo conteúdo, mas que caducou.

Ela estabelece que dívidas vencidas até 30 de agosto devem ser pagas com entrada de duas parcelas de 2,5% do valor e que o pagamento do restante pode ser feito em até 176 prestações mensais, que receberão desconto de 100% das multas e juros.

Segundo a Receita, a renúncia com o Funrural é de R$ 15 bilhões em 15 anos. Tereza Cristina (sem partido-MS), da Frente Parlamenta­r da Agropecuár­ia, diz que a renúncia não passa de R$ 7,5 bilhões. LEI KANDIR Outro projeto aprovado pelo plenário da Câmara diz respeito às perdas dos Estados com a Lei Kandir, que isentou de ICMS os produtos primários e semi-industrial­izados destinados à exportação.

A matéria irá ao Senado. O projeto prevê a concessão de R$ 1,9 bilhão a Estados e municípios como auxílio financeiro, com o objetivo de “fomentar as exportaçõe­s”.

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Luis Macedo/Câmara dos Deputados Sessão da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (6)

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