Folha de S.Paulo

Meio-campista viu o pai encarar o Brasil e agora busca revanche

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DE SÃO PAULO

O DNA brasileiro e de Copa está no sangue de Celso Borges, 29, graças ao seu pai.

Alexandre Guimarães, natural de Maceió, se mudou para a Costa Rica quando tinga 12 anos. Pouco depois se tornou cidadão do país.

Fez tamanho sucesso, que em 1990, foi chamado para representa­r a seleção costarique­nha em sua primeira aparição em um Mundial.

Doze anos depois, dirigiu a equipe nacional na Copa da Coreia do Sul e do Japão.

Em ambas as oportunida­des, teve o Brasil como adversário e acabou derrotado.

Agora, Celso terá a chance de tentar vingar o pai. Mas sabe que a tarefa será árdua.

“Depois que teve o sorteio, a primeira pessoa com quem falei foi meu pai. Ele estava muito emocionado, pois toda sua família ainda vive no Brasil”, contou Celso, que nasceu na capital San José.

“Para mim e para todos os meus companheir­os será incrível enfrentar uma seleção de tanta história. Vamos com muita vontade. Será um jogo muito duro, mas precisamos acreditar em nós. Temos capacidade para fazer uma boa partida”, afirmou.

Celso pode falar com propriedad­e, afinal já leva muito tempo defendendo a seleção. O meio-campista do La Coruña, da Espanha, soma mais de 100 jogos pela equipe nacional e esteve presente na Copa do Mundo de 2014.

Só não jogará na Rússia caso aconteça um imprevisto.

Celso jogou entre 2006 e 2009 no Deportivo Saprissa e depois passou seis temporadas na Suécia até acertar a ida para a Espanha, em 2015.

Jamais foi sondado por nenhum clube brasileiro.

“Fui para a Europa com 20 anos. O mercado brasileiro era e ainda é muito fechado para nós da Costa Rica. Acho que seria muito difícil eu jogar um dia no Brasil, mas nunca podemos fechar a porta para nada”, afirmou.

A última vez que Celso esteve no Brasil foi em 2014. Desde então não retornou.

“Ia muito por causa dos meus avós. Mas eles morreram e agora já não tem tanto motivo. Visitava muito o Rio. Me sentia muito identifica­do Tenho orgulho das minhas raízes”, disse Celso, que tem dificuldad­es para falar português —quando conversou com a reportagem, preferiu falar em espanhol.

Celso diz não ter um clube brasileiro de coração, mas gosta de seguir o campeonato nacional. Quando era menor, tinha como principal referência o atacante Ronaldo.

Em 2002, durante a Copa, teve a oportunida­de de ver o ídolo enfrentand­o o time do seu pai. Ele, à época com apenas 14 anos, viajou à Coreia do Sul com a mãe e irmãos.

“Foi uma experiênci­a muito bonita. Minha vontade era ver de perto o Ronaldo. Infelizmen­te não tive a oportunida­de de encontrá-lo para pedir uma foto ou autógrafo depois do jogo”, contou Celso, que não tem lembranças do duelo da Copa de 1990. (FA)

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Moises Castillo - 7.out.2017/Associated Press Celso Borges celebra classifica­ção da Costa Rica para a Copa

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