Folha de S.Paulo

Comédia romântica sofre com atuações e roteiro fracos

- ROBERTO ROCKMANN

FOLHA

Após dirigir videoclipe­s de bandas e artistas, Marc Webb estreou no cinema em 2009 com “500 Dias com Ela”, comédia romântica com roteiro esperto e ótima trilha sonora, que agradou parte da crítica e caiu nas graças de milhões de fãs.

O sucesso o levou a dirigir dois filmes da série “Homem-Aranha”, em 2012 e 2014. Para fugir da pressão, ele voltou aonde tinha iniciado a trajetória de cineasta, mas com resultado distante da bem-sucedida estreia.

Em “Apenas um Garoto em Nova York”, referência a “The Only Living Boy in New York”, de Simon & Garfunkel, Webb dirige a história de Thomas (Callum Turner).

Jovem de 22 anos em busca de sentido na vida, ele descobre que o pai (Pierce Brosnan) tem um caso com Johanna (como na música de Bob Dylan, protagoniz­ada por Kate Beckinsale), mulher linda e muito mais jovem que sua depressiva mãe (Cynthia Nixon). Para evitar que esta sofra mais, Thomas segue Johanna até se envolver com a amante do pai.

O que poderia ser o enredo de um bom filme nas mãos do Woody Allen de “Match Point” cai por terra face a direção irregular, atuações fracas e roteiro sem profundida­de, em que a única dúvida é descobrir em que cena tocará “Visions of Johanna”, clássico de Dylan.

A narrativa é burocrátic­a e os atores também não ajudam em papéis superficia­is. À exceção de Jeff Bridges, que interpreta o misterioso vizinho do protagonis­ta, o triângulo formado por Brosnan, Turner e Kate não empolga. A beleza de Kate Beckinsale é inversamen­te proporcion­al a seu talento para atuar.

A surpresa da reviravolt­a final se esgota rapidament­e em melodrama de novela das seis. Os fãs de Simon & Garfunkel, Bob Dylan e de “500 Dias com Ela” mereciam muito mais. (THE ONLY LIVING BOY IN NEW YORK) DIREÇÃO Marc Webb ELENCO Callum Turner, Kate Beckinsale, Pierce Brosnan PRODUÇÃO EUA, 2017, 14 anos QUANDO estreia nesta quinta (7) AVALIAÇÃO regular

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