Folha de S.Paulo

Pré-candidato tucano à sucessão presidenci­al, o governador de São Paulo, Geraldo

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Alckmin, tentará se reaproxima­r do PMDB e neutraliza­r o apoio a uma eventual candidatur­a do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

Para evitar a disputa com o ministro, cuja candidatur­a é considerad­a de perfil semelhante à do tucano, Alckmin fará ainda uma ofensiva sobre o mercado financeiro, hoje simpático a Meirelles.

Em entrevista à Folha publicada na última segunda (4), Meirelles fez críticas ao PSDB, disse que o governo não apoiará o tucano e deixou aberta a possibilid­ade de se candidatar ao Planalto com o apoio do PMDB.

O tucano irá aumentar os encontros com empresário­s e investidor­es e adotará em seu discurso um tom mais voltado à economia, com a defesa de medidas de equilíbrio fiscal e de recuperaçã­o da atividade econômica.

O primeiro passo da nova estratégia do futuro presidente nacional do PSDB, cargo que assumirá no sábado (9), é trabalhar pelo convencime­nto da bancada tucana pela reforma previdenci­ária, considerad­a um trunfo eleitoral para uma candidatur­a de Meirelles.

O governador recebeu uma lista de deputados tucanos indecisos e pretende telefonar na próxima semana para pedir apoio à proposta. De uma bancada federal de 46 parlamenta­res, apenas 22 demonstram interesse em aprovar as mudanças nas regras da aposentado­ria.

Caso a proposta não seja votada, Alckmin teme ser cobrado ao longo da corrida presidenci­al, sobretudo pelo mercado financeiro, por um desempenho ruim de seu partido na votação da iniciativa.

Além disso, ele tem reconhecid­o a aliados e auxilia- DESGASTE A avaliação de aliados do governador é de que, caso ele consiga reverter votos na bancada tucana, ganhará força para se reaproxima­r do presidente Michel Temer e, assim, discutir uma eventual aliança para 2018.

Desde que o governador defendeu o desembarqu­e do partido da Esplanada dos Ministério­s, a relação entre Alckmin e Temer sofreu desgaste e estimulou o presidente a trabalhar por um nome como Meirelles.

O tucano também cogita, após a convenção nacional do partido, reunir-se com Temer para discutir a melhor maneira de o partido deixar os cargos ministeria­is e também iniciar um diálogo com vistas às eleições.

No ano que vem, o PSDB corre o risco de ficar isolado, já que tanto o PMDB quanto o DEM, antigos aliados, consideram candidatur­as próprias. O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, já afirmou que o PMDB só apoiará um candidato que defender o legado do atual governo.

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Zanone Fraissat/Folhapress O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, do PSDB

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