Não. É para o futuro. O espaço daqui em diante é para eleiçãoeoqueaafeta:Lava Jato, clima da economia.
Grupos como o Agora!, RenovaBR e outros?
Eu acho muito positivo, não no sentido ingênuo de que algo de novo sairá. Você não muda nada sem liderança capaz de transmitir essa mensagem. O [presidente francês Emmanuel] Macron era de dentro do sistema e propôs uma utopia progressiva. Aqui precisamos de uma utopia progressiva viável, ainda que seja contradição em termos. O sr. vê o Alckmin como esse Macron?
Não sei se Macron, porque aqui é diferente. Primeiro, o PSDB ainda não tem um candidato. Claro, o que tem a maior probabilidade de ser é ele. Ele tem o olho nas contas públicas. É fácil mostrar o que acontece quando ele perde, como no Rio. E pessoalmente não há nada contra ele. Mas ainda assim o PSDB associou-se a um governo que já carregava acusações graves.
Bom, até hoje dizem que eucompreiosvotosdareeleição. Isso está no seu jornal [a Folha revelou o caso em 1997]. Mas quem é acusado tem de se explicar e o partido não tem de encobrir. Não estou aliviando para ninguém. Há um constrangimento? Seria melhor o Aécio se afastar?
Natural [o constrangimento], não só no PSDB. Eu não voudizeroqueeledevefazer, mas tenho a dizer que todas essas situações no Brasil são muito constrangedoras. Há espaço para discutir parlamentarismo? Há essa ideia de um semipresidencialismo. Falando em economia, o sr. acha que o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) tem chance de ser candidato?
Você acha (risos)? Acho que seria um erro haver uma divisão. Não há condições políticas para alguém que não tenha uma estrutura partidária mais sólida. Poderia haver um “outsider” correndo por fora, mas não é tão simples. A estrutura político-partidária é restritiva. Não é como a França, mais permeável.