Folha de S.Paulo

Risco de guerra nuclear apavora EUA e China

Trump vs. MBS

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Primeiro foi a embaixador­a dos EUA na ONU, que falou à Fox News que a presença da delegação americana nos Jogos da Coreia do Sul era “questão em aberto”. Depois foi a porta-voz da Casa Branca, dizendo na CNN que “não foi tomada decisão oficial”.

O motivo, segundo ambas, é que os Jogos, que começam em 9 de fevereiro, acontecem a 80 quilômetro­s da fronteira com a Coreia do Norte.

Do outro lado, na fronteira da China com a Coreia do Norte, o estatal “Diário de Jilin” publicou na quarta uma página inteira com instruções sobre guerra nuclear. No título, “Senso comum sobre armas atômicas e proteção”.

“A página viralizou na internet”, observou o estatal “Huanqiu” (“Global Times”, na versão em inglês), em editorial para explicar “Como ler o alerta do ‘Diário de Jilin’”. Em suma, “não quer dizer que a província de Jilin corra risco de ataque nuclear”, ao contrário de Coreia do Sul, Japão “e bases americanas”.

Enquanto a mídia estatal chinesa tropeçava ao tratar da guerra nuclear, a mídia privada acionava o alarme por “South China Morning Post” e “Caixin” —chegando daí aos EUA, via Bloomberg.

De uma vez, o governo Trump cobrou o fim imediato do bloqueio saudita ao Iêmen, vazou para o “Wall Street Journal” que foi o “príncipe herdeiro” saudita que pagou US$ 450 milhões pela pintura mais cara do mundo e reconheceu Jerusalém como capital de Israel. Muito timidament­e, o “príncipe” Mohammed Bin Salman ou MBS conseguiu responder ao reconhecim­ento, dizendo ser “um passo irresponsá­vel”.

Friedman vs. Trump O colunista de política externa do “New York Times”, Thomas L. Friedman, que publicou há dias um longo elogio a MBS, questionou o reconhecim­ento de Jerusalém por Trump, que “constrange nossos aliados árabes”. Escreve que ele faz tanta concessão “porque é ignorante”. Aliás, “Trump é um estúpido [chump], e é um estúpido porque é ignorante”.

‘Economist’ & Palestina A revista “The Economist” publica editorial contra o reconhecim­ento “temerário” de Jerusalém por Trump, destacando em enunciado que, “Se ele precisa agitar as coisas, deveria abrir duas embaixadas na cidade sagrada, e não uma”. Sendo ainda mais clara: “Uma embaixada administra­ria as relações com Israel, e a outra, em Jerusalém Oriental, lidaria com o Estado palestino, o qual ele devia também reconhecer. Isso, sim, seria uma abordagem verdadeira­mente nova”.

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No ‘Diário de Jilin’, como se proteger em conflito atômico

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