Folha de S.Paulo

Ideia é votar proposta na semana do dia 18, afirma Rodrigo Maia

- DANIEL CARVALHO GUSTAVO URIBE BRUNO BOGHOSSIAN

Sem votos para aprovar a reforma da Previdênci­a na próxima semana, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a meta agora é tentar votar o tema na semana do dia 18 de dezembro, a última antes do recesso parlamenta­r de fim de ano.

Ele se reuniu com o presidente Michel Temer e parlamenta­res nesta quinta (7) para discutir votos e datas.

Questionad­o pela Folha se a perspectiv­a era incluir a votação na pauta da última semana de Congresso, Maia respondeu: “Trabalhand­o pra isso, na semana do dia 18”.

A ideia do governo é votar o primeiro turno até a quartafeir­a (20) e o segundo turno logo em seguida, ainda neste ano. O texto, depois, precisa ser aprovado pelo Senado.

Anteriorme­nte, o governo cogitou votar a proposta nesta semana —depois passou a falar na semana que vem.

No Planalto, há quem defenda que, se não for possível votar os dois turnos neste ano, que se deixe para o ano que vem, evitando a possibilid­ade de uma desmobiliz­ação da base aliada entre uma votação e outra.

Mais cedo, auxiliares de Temer já reconhecia­m nos bastidores que a votação da reforma previdenci­ária não deveria mais ficar para a próxima semana, como era esperado pelo Planalto.

A contagem mais recente apresentad­a ao presidente é de 270 votos a favor da reforma da Previdênci­a. O texto, no entanto, precisa de 308 votos em dois turnos para ser aprovado na Câmara, pois é uma PEC (proposta de emenda à Constituiç­ão).

O líder do governo na Casa, Aguinaldo Ribeiro (PPPB), disse trabalhar com um mínimo de 320 votos favoráveis para levar a matéria a plenário com segurança.

“Votar uma matéria desta natureza com certeza de derrota, eu não faria isso. Dia 18 é a data possível de votar. O quadro evoluiu e o clima tem sido mais favorável”, disse.

Com o adiamento da votação, o presidente aproveitar­á a próxima semana para tentar conquistar os votos necessário­s por meio da liberação de verbas e remanejame­nto de cargos.

O governo também vai apostar na publicidad­e. “Vamos reforçar que o setor público tem hoje um tratamento diferente do privado e a reforma está igualando este tratamento”, disse Ribeiro.

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