Folha de S.Paulo

Gás abala orçamento de 67% dos brasileiro­s

Nove em cada 10 consideram que preço subiu muito com nova política de reajuste da Petrobras, mostra Datafolha

- NICOLA PAMPLONA

Enquanto alta do gás de cozinha tem maior peso no orçamento de mais pobres, os mais ricos sentem a da gasolina

Dois em cada três brasileiro­s com mais de 16 anos (67%) consideram que o gás de cozinha compromete muito o orçamento familiar, de acordo com pesquisa do Datafolha. A maioria absoluta (86%) avalia que o preço subiu muito nos últimos seis meses.

Desde junho, quando a Petrobras alterou sua política de preços para o combustíve­l, a alta acumulada no preço de venda do produto pelas refinarias soma 67,8%. Nas revendas, o preço do botijão teve aumento de 15%.

Nesta quinta (7), a estatal anunciou revisão na política, com o objetivo de “suavizar” o repasse das volatilida­des do mercado internacio­nal.

De acordo com o Datafolha, a percepção do aumento do preço é maior entre as famílias mais pobres, para quem o combustíve­l tem um peso maior no orçamento.

Para aqueles que têm renda de até dois salários mínimos (R$ 1.874), 80% dizem que o orçamento é altamente comprometi­do pelo preço do gás. Entre os mais ricos, esse percentual é de 33%

Na faixa dos que têm renda de até dois salários mínimos, 69% acreditam que têm o orçamento altamente comprometi­do, percentual próximo aos 66% da faixa dos que ganham entre cinco e dez salários (de R$ 4.685 a R$ 9.370).

Entre os com renda superior a dez mínimos, 55% dizem que o preço atual compromete muito o orçamento.

Em julho, a Petrobras autorizou sua área técnica a promover reajustes diários nos preços, com o objetivo de competir com importaçõe­s.

Desde então, o preço nas bombas subiu 15,4%, com forte impacto também do aumento na carga tributária promovido pelo governo no fim de julho.

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