Bitcoin sobe 20% e vai a US$ 16 mil com previsão de rede mais rápida
Criptomoeda acumula alta de quase 1.600% no ano; software deve elevar capacidade de transações
Bolsa brasileira diz que moeda digital está no radar e que é ‘questão de tempo’ até regulação do Banco Central
O bitcoin, principal moeda digital do mundo, bateu novo recorde. Nesta quinta-feira (7), a criptomoeda subiu cerca de 20% e ultrapassou os US$ 16 mil (R$ 52,6 mil). No ano, a divisa já acumula alta de 1.580%.
Os investidores ficaram eufóricos após o teste bem-sucedido de um software que pode elevar a capacidade da rede de cerca de dez a 15 transações por segundo para milhares, disse Gabriel Aleixo, do ITS-Rio (Instituto de Tecnologia e Sociedade).
“Já se sabia que a inovação estava sendo desenvolvida, mas ela foi testada mais rápido do que o esperado. O mercado projetava sua aplicação para 2019, mas agora ela pode se materializar já no começo de 2018”, diz Aleixo.
A demanda pela criptomoeda sobe também conforme se aproxima o início das negociações de bitcoin no mercado futuro, afirma Rudá Pellini, sócio da plataforma de investimentos Wise&Trust.
O primeiro contrato da moeda será negociado a partir das 21h de domingo (10) na CBOE Global Markets, uma das maiores Bolsas globais de derivativos, e, uma semana depois, na Bolsa de Chicago. A Nasdaq, de tecnologia, planeja abrir seu contrato de bitcoins no próximo ano.
“Até agora o bitcoin era muito para pessoa física. Com o mercado futuro, grandes bancos têm a possibilidade de se posicionar”, diz Pellini.
Alguns especialistas alertam, no entanto, para o fato de que o lançamento de bitcoin futuros pode aumentar ainda mais a especulação em torno da moeda. “Agentes agressivos, como fundos de hedge e orientados por algoritmos, poderão usar esse mercado para entrar na negociação bitcoin com altos níveis de liquidez para vendas curtas agressivas e reduzir os preços”, disse o analista da Think Markets Naeem Aslam.
Segundo Pellini, porém, “se as pessoas continuarem comprando, o preço subirá”. BOLHA Pellini se diz apreensivo com as altas do bitcoin, mas não acredita que haja uma bolha no mercado. “Há demanda para uma oferta escassa.”
Gilson Finkelsztain, presidente da B3, disse nesta quinta não saber se o preço do bitcoin “é uma realidade ou se será uma bolha”, mas disse que as moedas digitais estão no radar da Bolsa brasileira.
“Isso vai entrar na agenda. Eu não decidi se vamos desenvolver aqui, se vai ter algum índice, mas é inevitável que a gente seja sensível a essa demanda dos investidores”, afirmou.
“A moeda digital vai ser uma realidade. É questão de tempo os bancos centrais normatizarem”, completou.
No Brasil, as moedas digitais não têm regulação específica. Em novembro, o Banco Central publicou alerta sobre os riscos da alta variação de preços do bitcoin. Quem pode? Corretoras permitem maiores de 18 anos com CPF Onde investir? Por meio de corretoras especializadas, que criam carteiras no nome dos clientes para que eles gerenciem seus bitcoins Há mínimo? R$ 50, o que dá para comprar uma fração da moeda Como funciona? O investidor deve transferir o valor para a corretora, que faz a intermediação com quem deseja vender, como no mercado de ações Há custos? As casas cobram taxa de quem compra e de quem vende Tem IR? Ganho de capital para venda acima de R$ 35 mil é tributado pela Receita em 15% Quais os riscos? Volatilidade; roubo de moedas por hackers; quebra da corretora; falta de garantia; surgimento de outras moedas