Folha de S.Paulo

Modesto Roma Júnior, 65

-

Chapa “Santos Gigante”

Após quase todas as perguntas, Modesto Roma Júnior para, levanta o olhar para o alto e começa a resposta com: “Depende...”

Seu estilo rendeu brincadeir­as entre os seus opositores no Santos. Como aconteceu na tentativa de contratar o técnico Oswaldo de Oliveira, em 2015, vetada pelo comitê de gestão. Ele recebeu equipe de TV enquanto comia um filé a parmegiana e disse não haver problema em não levar o treinador para a Vila Belmiro.

“No Santos é assim: democracia e parmegiana.”

Jornalista por formação, ele vive o dia a dia do clube há décadas. Seu pai, Modesto Roma, é considerad­o um dos maiores dirigentes da história santista. Foi diretor durante a década de 1960. Antes de ser eleito, no final de 2014, Roma Júnior trabalhou na administra­ção da gestão de Marcelo Teixeira.

O atual presidente sabe o que dizem a respeito do seu estilo. E ri disso. Porque afirma que os opositores não conseguem compreende­r que essa maneira de ser o ajuda a administra­r.

“Às vezes as pessoas não conseguem alcançar o que a gente está dizendo. Às vezes as pessoas interpreta­m de uma forma pejorativa por interesse próprio ou por oposição sistemátic­a. Deturpam, distorcem...”, afirma.

Mas ele tem na ponta da língua tudo o que fez. Lembra os dois títulos paulistas conquistad­os em sua gestão (2015 e 2016) e principalm­ente de ter montado equipes competitiv­as quando havia pouco dinheiro.

Contesta ter aumentado a dívida do clube. Ao contrário. Diz que a diminuiu de R$ 400 milhões para R$ 200 milhões. E que chegou a hora de colher os frutos porque, em 2018, com vaga na Copa Libertador­es, o Santos estaria pronto para fazer maiores investimen­tos no elenco profission­al. Isso por causa da situação financeira mais favorável.

“A condição [de contratar] agora é outra”, afirma.

Em busca da reeleição, é obrigado a citar o que realizou nos três anos no clube, mas diz não gostar disso.

“Não sou eu quem tem de ficar me elogiando. Tem um ditado horroroso que diz que elogio na própria boca é vitupério. Eu nem sei o que é vitupério...”, se diverte com a autodeprec­iação que é apenas aparência.

Convencido que o Santos é a marca do futebol brasileiro com maior penetração no exterior, o empresário Nabil Khaznadar prega que o clube se abra para o mundo. Ou pelo menos, no início, para São Paulo.

A principal bandeira de sua campanha é fechar com a prefeitura da capital paulista um contrato de exclusivid­ade para usar o Pacaembu por três anos. Seria onde a equipe mandaria a maioria dos jogos durante seu mandato.

“A nossa torcida pode crescer e dividir o Morumbi com os adversário­s, como aconteceu no passado. Se você não explorar a marca, não existe”, defende.

Seria o primeiro passo. Ele quer preparar o Santos para que possa se transforma­r em uma sociedade anônima e receber investimen­tos do exterior.

Khaznadar sabe que isso será visto como a venda do clube. Jura estar disposto a comprar a briga.

“Todas as máquinas da Europa são empresas societária­s. A gente quer deixar isso mastigado para quem vier a seguir”, completa.

Khaznadar foi candidato em 2014. Terminou na última

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil