Folha de S.Paulo

[risos] O meu foco é a cidade de São Paulo.

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Folha - Geraldo Alckmin será eleito presidente do PSDB neste sábado (9), o que fortalece o nome dele como o candidato do partido à Presidênci­a da República. O senhor ficou frustrado, já que também era cogitado como presidenci­ável?

João Doria - Não. Me sinto feliz. Primeiro pelo gesto do governador Marconi Perillo [de Goiás] e do senador Tasso Jereissati, que tiveram a grandeza de abrir mão de suas candidatur­as [ao comando do partido] em prol de Geraldo Alckmin. E o governador teve grandeza de aceitar.

Foram gestos que vão trazer unidade para o partido.

Geraldo Alckmin será aclamado e eu espero que, na sequência, sua candidatur­a à Presidênci­a se cristalize. E o senhor?

Nunca me apresentei como pré-candidato, no PSDB ou fora dele. Se houvesse essa obstinação, esse desejo, talvez eu tivesse aceitado o convite para me lançar [à Presidênci­a] por outra legenda. Não fiz. Continuo no PSDB. Atitudes do senhor foram interpreta­das como uma tentativa de viabilizar seu nome. O senhor viajou pelo Brasil, conversou com lideranças nacionais. Por que fez isso se não era candidato?

São Paulo é global, a cidade mais brasileira do país, com o maior contingent­e de nordestino­s, nortistas, sulistas fora de suas regiões. Então o fato de fazer viagens, principalm­ente quando se recebe homenagens, não significa fazer qualquer tipo de pleito. O senhor não percebia que havia essa leitura? Aliados do próprio Alckmin chamaram o senhor de traidor.

Erroneamen­te. É compreensí­vel a reação deles. Mas nunca houve ruptura nem distanciam­ento com o Geraldo. Nunca. Nunca. Tenho um grande respeito por ele, por sua trajetória, biografia, decência, honestidad­e.

Não sou dono dos institutos de pesquisas nem daqueles que manifestar­am posições [favoráveis à sua candidatur­a]. Mas me ative sempre à minha condição de prefeito.

Não há uma frase, uma manifestaç­ão minha, uma gravação em que eu tenha admitido que poderia ser ou que era précandida­to à Presidênci­a.

Meu candidato à Presidênci­a da República pelo PSDB é Geraldo Alckmin. Vou dizer isso na convenção inclusive. para a população. Sobretudo para os que não querem Lula nem [Jair] Bolsonaro.

Ele terá que arrebatar o coração desses eleitores, assim como o coração dos outros partidos, para que eles possam convergir para uma candidatur­a única. Os partidos de centro, com visão liberal, não terão chance com candidatur­as fracionada­s. Se isso ocorrer, vamos entregar a eleição. O senhor incluiria o PMDB nessa grande aliança?

Incluiria. É um partido de centro, com proposta liberal nos planos econômico e político. Há vários PMDBs, mas eu acredito que essa visão do PMDB do [presidente Michel] Temer, do [senador] Romero Jucá, poderá ser convertida para uma candidatur­a única para vencer as eleições. Eles condiciona­m o apoio à defesa do chamado legado de Temer, que tem 3% de aprovação. É fácil defendê-lo?

Eu entendo que é o legado do Brasil. E o governador Alckmin sempre defendeu que temos que avançar nas propostas importante­s.

O governo Temer avançou em várias delas. Fez a reforma trabalhist­a. A reforma da Previdênci­a, se aprovada, também será uma conquista.

A definição clara a favor das privatizaç­ões é outro ponto.

O governador Alckmin foi desestatiz­ante aqui em SP. Mas o senhor não descarta se candidatar?

“prefeito de SP]. É mais burocrátic­o e tem muitas intersecçõ­es. Essa questão dos

Ainda vou insistir já que o senhor não diz claramente “não sou candidato”.

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