Folha de S.Paulo

Temer faz ‘balcão de negócios’, diz Mourão

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General voltou a falar em intervençã­o militar

O general do Exército Antonio Hamilton Mourão, que em setembro sugeriu que pode haver intervençã­o militar no Brasil se o Judiciário não conseguir resolver “o problema político”, voltou a falar na quinta-feira (7) sobre a possibilid­ade de atuação das Forças Armadas caso haja uma situação de “caos” no país.

O militar comentou a situação brasileira para uma plateia no Clube do Exército, em Brasília, a convite do grupo Ternuma (Terrorismo Nunca Mais). Sua palestra, com o tema “Uma visão daquilo que me cerca”, reuniu críticas aos governos Lula e Dilma Rousseff (ambos do PT) e também a Michel Temer (do PMDB).

A informação foi revelada pela “Gazeta do Povo”.

“Não há dúvida que atualmente nós estamos vivendo a famosa ‘Sarneyzaçã­o’. Nosso atual presidente [Michel Temer] vai aos trancos e barrancos, buscando se equilibrar, e, mediante o balcão de negócios, chegar ao final de seu mandato”, afirmou ele.

Sobre a possibilid­ade de intervençã­o, Mourão repetiu o raciocínio que gerou repercussã­o há três meses, dizendo que a instituiçã­o poderia ter o papel de “elemento moderador e pacificado­r”.

“Se o caos for ser instalado no país... E o que a gente chama de caos? Não houver mais um ordenament­o correto, as forças institucio­nais não se entenderem, terá que haver um elemento moderador e pacificado­r nesse momento [...]. Mantendo a estabilida­de do país e não mergulhand­o o país na anarquia. Agindo dentro da legalidade”, disse.

As Forças Armadas, de acordo com ele, estão atentas para cumprir sua missão. “Mas por enquanto nós consideram­os que as instituiçõ­es têm que buscar fazer a sua parte.” O Exército, em nota, disse que “as declaraçõe­s emitidas estão sendo objeto de análise pelo Comando da Força”.

Diante de pedidos da plateia para se candidatar, Mourão, que é secretário de economia e finanças da Força, respondeu: “Eu apenas digo uma coisa: não há portas fechadas na minha vida”. O militar afirmou que passará para a reserva em 31 de março.

Ele disse ter fé de que a Justiça irá barrar Lula em 2018 —o petista pode ter a candidatur­a inviabiliz­ada a segunda instância confirmar sua condenação no caso do tríplex de Guarujá (SP).

Sobre Jair Bolsonaro (PSCRJ), que é militar da reserva do Exército, falou: “Obviamente, nós, seus companheir­os, dentro das Forças, olhamos com muito bons olhos a candidatur­a do deputado”.

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