Ataque mata 14 soldados de missão de paz da ONU
Ação na República Democrática do Congo deixa 53 feridos e 3 desaparecidos
Para secretário-geral, é a pior agressão recente contra o órgão; cinco soldados congoleses também são mortos
Um ataque contra a base da missão de paz da ONU matou pelo menos 14 “capacetes azuis” e deixou outros 53 feridos no leste da República Democrática do Congo nesta sexta-feira (8). Cinco soldados congoleses também morreram no ataque, que o secretário-geral da ONU considerou o pior contra o organismo na história recente.
Segundo o porta-voz adjunto da missão, Farhan Haq, as vítimas eram do contingente da Tanzânia. O Brasil é um dos países que fazem parte da Monusco (Missão de Estabilização da ONU na República Democrática do Congo), com forças militares e policiais. Trata-se da maior missão de paz da ONU atualmente, 22 mil membros.
O presidente da Tanzânia, John Mgufuli, afirmou estar “chocado e entristecido” pelas mortes. O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que o ataque constitui um crime de guerra e pediu que as autoridades congolesas investiguem e “rapidamente levem à Justiça os agressores”. “Quero expressar meu repúdio e desolação pelo ataque. Não deve haver impunidade para tais ataques, aqui ou em qualquer lugar.”
“Nossos pensamentos e orações estão com as famílias e nossos colegas da Monusco. Reforços estão no local e retiradas médicas estão acontecendo”, afirmou JeanPierre Lacroix, subsecretáriogeral para missões de paz.
A ONU ainda busca três soldados que estão desaparecidos desde o ataque, que durou três horas e teve início durante a madrugada de sexta, segundo o diretor de Opecom rações e do Centro de Crises da ONU, Ian Sinclair.
O ataque ocorreu na província de Kivu do Norte, foco de tensões com milícias armadas que lutam pelo controle territorial de áreas ricas em minérios.
Autoridades da ONU afirmam que militantes das Forças Democráticas Aliadas (ADF) armaram o ataque contra a base na cidade de Semuliki, em Kivu do Norte.
As ADF são um grupo rebelde ugandense que tem base na fronteira entre o Congo e Uganda. Seus membros são, em sua maioria, radicais islâmicos que querem estabelecer a sharia. Segundo a ONU, 72 militantes foram mortos durante o ataque.
De acordo com agências humanitárias, o conflito na região já forçou a fuga de 1,7 milhão de pessoas de suas casas apenas neste ano.
Embora a ONU e o governo tenham culpado as ADF pelo ataque, especialistas acreditam que outras milícias e elementos do próprio Exército possam estar envolvidos.
Em reação a um aumento da instabilidade e para proteger a população civil, a Monusco estava aumentando sua presença na região.
“Eles não nos querem aqui. Creio que este ataque é uma resposta à nossa cada vez mais robusta presença na região”, disse Lacroix.
O ataque foi o terceiro contra a base da ONU no leste do país nos últimos meses. Forças Democráticas Aliadas (ADF) Grupo rebelde ugandense que tem base nas montanhas de Rwenzori (fronteira Congo-Uganda). Membros são, em sua maioria, radicais islâmicos que querem estabelecer a sharia Exército de Resistência do Senhor (LRA) Milícia fundada em Uganda em 1987 para defender os interesses da etnia Acholi. Depois se estendeu pelo Congo e a República Centro-Africana. É conhecida pela crueldade e pelo recrutamento de crianças ONDE FICA RAIO-X Monusco Missão de Estabilização na República Democrática do Congo 2010 22.196 entre militares, policiais e civis, de 56 países, entre eles o Brasil 107, entre militares e civis da missão Kinshasa, com escritórios em Ruanda, Uganda e África do Sul
NOME OFICIAL CRIAÇÃO EFETIVO BAIXAS BASE
Forças Democráticas da Liberação de Ruanda (FDLR) É o maior grupo armado de fora operando no leste do Congo
NOME OFICIAL
República Democrática do Congo Kinshasa 87 milhões
CAPITAL POPULAÇÃO
(2017)* US$ 31 bilhões (2017)* US$ 441
PIB PIB PER CAPITA
(2016) INFLAÇÃO 18,2% (2016)
176º posição (Brasil é o 79º)
francês (oficial), suaíli, lingala, quicongo e dialetos regionais
católica (50%), protestante (20%), cristã africana –kimbanguismo (10%), islâmica (10%), outros (10%)
IDH LÍNGUAS RELIGIÃO