Folha de S.Paulo

RODRIGO ANDRADE: PINTURA E MATÉRIA

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na grande maioria, senão em todas as pinturas: Andrade utiliza volumes grossos de tinta para trazer uma sensação de profundida­de nas obras.

A técnica, ele contou, apareceu quando passou a sentir que “faltava alguma coisa” em suas pinturas.

A solução encontrada foi a aplicação de tintas com estêncil. Segundo o artista, ele conseguiu um resultado que mescla o “ultra ilusionist­a” com a “profundida­de da atmosfera”.

Com o pioneirism­o e a abertura do mundo artístico para novas ideias, Andrade e os artistas que compunham a Casa 7, como Nuno Ramos, Fabio Miguez, Carlito Carvalhosa e Paulo Monteiro, influencia­ram uma geração, como Ana Prata, Rodrigo Bivar e Lucas Arruda.

“Nos anos 1970 houve um certo esgotament­o da arte conceitual. Nós surfamos nessa onda.” ‘PÉ NO SACO’ Como um dos precursore­s do neo-expression­ismo —marcado por cores fortes e presença visual da emoção—, ele afirma que o foco da sua arte é puramente visual.

“Estou interessad­o na forma e na visualidad­e, inclusive, na visão alienante da arte”, diz o pintor, que considera arte política “um pé no saco”.

Ele classifica a tendência de se falar de política e cultura em obras de arte como “um pouco opressora”.

Mesmo não gostando tanto, Andrade conta que se manifestou contra obras que foram censuradas ao longo do semestre, como a apresentaç­ão do MAM-SP em que uma menina interagiu com um coreógrafo nu e contra a qual muitos se manifestar­am.

“Escrevi uma carta ao nosso prefeito Doriana [trocadilho que mistura a marca de margarina ‘Doriana’ ao nome do prefeito de São Paulo, João Doria]. Achei tudo aquilo uma palhaçada. O Brasil se fodeu depois do impeachmen­t, estamos passando por uma fase de obscuranti­smo.” QUANDO a partir deste sábado (9) até12/3; seg. e qua. a dom.: 10h às 17h30 ONDE Estação Pinacoteca, lgo. General Osório, 66, tel. (11) 33354990 QUANTO grátis

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