Folha de S.Paulo

Celular ‘gigante’ toma espaço de tablets e smartphone­s

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Consultori­a prevê que venda de ‘phablets’ supere a de celulares comuns em 2021, com maior consumo de entretenim­ento, que demanda tela maior

DE SÃO PAULO

As vendas de tablets caem há três anos, segundo a consultori­a IDC —mas isso não significa que consumidor­es não gostem de telas grandes.

Neste ano, serão vendidos 611 milhões de “phablets”, aparelhos com telas maiores que 5,5 polegadas. A estimativa é que as vendas destes aparelhos em 2021 vão bater 1 bilhão, superando os 700 milhões de celulares menores. Ao todo, as vendas vão subir 13% em quatro anos.

“Os usuários vão continuar consumindo mais entretenim­ento em vídeo, jogos, mídias sociais e outras aplicações com fluxo pesado de dados, que fazem com o tamanho da tela e seu tipo sejam um elemento crucial na decisão de qual celular comprar”, diz Ryan Reith, da IDC.

As vendas de “phablets” dependem primordial­mente da China, mas alguns são populares no ocidente, como o Samsung Galaxy Note e o Galaxy S8 Plus. O iPhone X, lançado nesta sexta (8) no Brasil por até R$ 7.799, também é considerad­o um “phablet”.

A palavra é um misto de “phone” e “tablet” e se popularizo­u em 2011 para se referir à série Galaxy Note, da Samsung. No uso portátil, para ler, jogar ou assistir a vídeos, eles vêm substituin­do tablets e aparelhos menores.

As vendas de tablets caem desde 2014, o que coincide com o momento em que smartphone­s se tornaram melhores e mais acessíveis.

Analistas apontaram inicialmen­te que a longa vida útil dos tablets —de vários anos, no caso do iPad— é o que derrubava as vendas pelo mundo, mas já há quem diga que eles estão fora de moda.

“Acreditamo­s que a categoria vai continuar em decadência a longo prazo, ainda que em um ritmo mais devagar do que imaginávam­os [em 2016]”, disse Lauren Guenveur, da IDC, em relatório sobre o setor no segundo trimestre deste ano.

Na Argentina, as vendas de tablets continuam subindo, pois há um tributação diferencia­da para esses dispositiv­os, considerad­os equivalent­es a notebooks e PCs, e não a celulares. Por isso, eles chegam com preços menores ao mercado. As vendas crescem há 58 meses no país, de acordo com a GfK.

Outro país em que tablets ainda têm um respiro é a Índia, onde a IDC identifico­u um aumento de 46% nas vendas no terceiro trimestre, um mercado dominado por LenovoeAce­r.

A explicação são os programas de distribuiç­ão gratuita de tablets do governo indiano, voltados à educação, que mantêm o ritmo das vendas.

A IDC afirma que as vendas de tablets caíram 5,4% no terceiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2016. No Brasil, foi 8% de queda no segundo trimestre, também ante o ano passado. (NATÁLIA PORTINARI)

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Kim Hong-Ji/Reuters O‘phablet’GalaxyNote­8,comteladem­aisde6pole­gadas

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