Folha de S.Paulo

O legado tucano em São Paulo

O Estado constitui relevante exemplo em termos de boa governança pública; este é o modelo que queremos ver replicado no Brasil

- FLORIANO PESARO www.folha.com.br/paineldole­itor saa@grupofolha.com.br 0800-775-8080 Grande São Paulo: (11) 3224-3090 ombudsman@grupofolha.com.br 0800-015-9000

eleição do saudoso Mario Covas (1930-2001) ao governo estadual, em 1994, iniciou a liderança do PSDB para o bem de todos os paulistas. Ele herdou um Estado com sérios problemas fiscais, baixíssima capacidade de investimen­to, obras paradas e políticas públicas em desmonte. Diante desse desafio, não hesitou em fazer o que precisava ser feito e promoveu um responsáve­l ajuste das contas públicas.

Em razão das dificuldad­es que todo ajuste causa, a disputa pela reeleição foi duríssima, e ele quase ficou de fora do segundo turno. A população reconheceu seu trabalho de saneamento das finanças e conferiu a Mario Covas uma vitória consagrado­ra. Dessa forma, não se permitiu descansar e deu continuida­de a uma série de políticas públicas pioneiras, como os restaurant­es Bom Prato, hoje com mais de 50 unidades, e o Poupatempo, referência em bom atendiment­o aos cidadãos em 71 unidades por todo o Estado.

Com o faleciment­o de Covas, Geraldo Alckmin assumiu o leme do Estado em 2001 e, com pulso firme e humildade caracterís­ticas, deu continuida­de ao legado de seu mentor e imprimiu a marca da estabilida­de na política estadual.

Durante os seus outros três mandatos —de 2002 a 2006 e de 2010 até os nossos dias—, Alckmin deu impulso à construção e expansão de uma série de políticas públicas bemsucedid­as nas mais diversas áreas.

No interregno em que Alckmin deixou o governo para dar sua contribuiç­ão como candidato à Presidênci­a da República, em 2006, São Paulo contou com a experiênci­a e a competênci­a de José Serra no comando do governo, imprimindo sua marca de boa gestão e inovação nas políticas. Tal continuida­de administra­tiva, aliada à experiênci­a desses três grandes líderes, rendeu excelentes frutos para São Paulo.

Na segurança pública, Geraldo Alckmin segue com mão firme o combate à criminalid­ade. O Estado tem o menor nível de homicídios do país e abriga 10 dos 20 municípios mais seguros, com investimen­tos de mais de R$ 800 milhões.

Já na educação, está vencendo o desafio da qualidade, sendo o único Estado a ocupar o topo do ranking do Ideb nos três ciclos: primeiro lugar no ensino fundamenta­l 1 e ensino médio e segundo lugar no ensino fundamenta­l 2. Além disso, São Paulo tem mais matrículas em suas Etecs (182 mil) que as escolas técnicas de todo o restante do país.

Com relação à saúde, concluímos dezenas de hospitais e realizamos políticas com excelentes resultados na diminuição da gravidez na adolescênc­ia; no combate ao câncer com a Rede Hebe Camargo e a criação do Instituto do Câncer; e no atendiment­o à população nos Ambulatóri­os de Especialid­ades (AMEs) e na rede de reabilitaç­ão Lucy Montoro. Além disso, foi implantada a Lei Antifumo (Lei 13.541/2009), que proibiu o fumo em locais fechados e melhorou a qualidade de vida de fumantes e não fumantes.

Para a área do desenvolvi­mento social, pela qual nutro especial carinho por estar no atual comando da pasta, as conquistas têm sido notáveis: além do Bom Prato, já citado, ampliamos o programa Vivaleite, com mais de 80 milhões de litros distribuíd­os, e criamos o Programa Recomeço, com mais de 15 mil internaçõe­s associadas à reinserção social de dependente­s químicos, buscando tratar a questão das drogas como grave problema de saúde pública e não apenas de segurança.

Como se vê, São Paulo hoje colhe importante­s e significat­ivos resultados da gestão tucana no Estado, constituin­do um relevante exemplo em termos de implantaçã­o democrátic­a de políticas e boa governança pública. Este é um legado que precisa ser mantido e ampliado, e este é o modelo que queremos ver replicado no Brasil. FLORIANO PESARO,

Notável a cara de pau dos nossos políticos. Quando as pesquisas eleitorais lhe são desfavoráv­eis, estão direcionad­as. Quando estão bem colocados, estão corretíssi­mas.

ADILSON AUGUSTO

Policiais no Rio Os policiais do Rio de Janeiro mudaram muito de estilo. Hoje, ao prenderem um criminoso que os vinha afrontando, tiraram uma foto confratern­izando com o bandido. Na década de 1960, uma foto que ficou tristement­e famosa foi a do detetive Perpétuo e a escuderia Le Cocq depois de confrontar o marginal Cara de Cavalo. Sem dúvida uma evolução.

LUÍS ROBERTO NUNES FERREIRA

LEIA MAIS CARTAS NO SITE DA FOLHA - SERVIÇOS DE ATENDIMENT­O AO ASSINANTE: OMBUDSMAN:

A reportagem “Sem preferênci­a” (“Cotidiano”, 7/12), sobre a briga na fila de um supermerca­do entre dois homens, um branco e um negro, quando o ultimo foi chamado de “negro periférico” apresenta certas justificat­ivas que infelizmen­te já viraram senso comum: não chamou de negro porque ele é pardo; já se relacionou com uma negra e até foi à escola Vai-Vai para “fotografar umas mulatas”. Além disso, o agressor acrescenta que não pode mais cantar uma menina que já é confundido com assédio, ignorando que as mulheres possuem o direito de não quererem ser cantadas. Temos muito o que avançar ainda. Ea Folha, em aprofundar e analisar criticamen­te tais questões.

LUCÍLIA MAGALHÃES OLIVEIRA

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil