Folha de S.Paulo

Trump quer provar que está bem de saúde

-

DE SÃO PAULO

Ataques aéreos israelense­s contra a faixa de Gaza em retaliação a disparos de foguetes a partir do enclave mataram dois palestinos neste sábado (9), em nova onda de violência que começou após decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como capital de Israel, na quarta-feira.

Com isso, já são quatro palestinos mortos desde sexta(8), que havia sido declarado “dia de fúria” pela facção islâmica radical Hamas.

Neste sábado, militantes lançaram ao menos três foguetes contra cidades israelense­s da faixa de Gaza, que é controlada pelo Hamas.

“Aeronaves da IAF [Força Aérea Israelense] alvejou quatro estruturas pertencent­es à organizaçã­o terrorista do Hamas na faixa de Gaza: dois locais de fabricação de armas, um armazém de armas, um complexo militar”, disseram as Forças Armadas de Israel em nota.

Uma fonte do Hamas confirmou que os dois homens mortos pertenciam ao grupo. Na sexta, soldados israelense­s que tentaram conter protestos com gás, balas de borracha e tiros mataram um palestino perto da fronteira de Gaza. Pouco depois, uma pessoa morreu em decorrênci­a de ferimentos nos protestos.

Os protestos no sábado foram menos intensos que os de sexta e de quinta.

Cerca de 60 jovens palestinos jogaram pedras contra soldados israelense­s na fronteira entre Gaza e Israel. Segundo o Ministério da Saúde, uma pessoa foi ferida por tiros israelense­s.

Em Belém, na Cisjordâni­a, palestinos incendiara­m pneus e arremessar­am pedras contra soldados israelense­s.

Em Jerusalém Oriental, cerca de 60 pessoas fizemos protesto próximo à Cidade Velha. A polícia montada israelense e a polícia da fronteira tentou dispersar os manifestan­tes com gás.

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, não receberá o vice-presidente americano, Mike Pence, que visita Israel e os território­s palestinos neste mês.

“Não haverá encontro com o vice-presidente americano na Palestina”, afirmou Majdi al Khalidi, conselheir­o diplomátic­o de Abbas. “Com essa decisão sobre Jerusalém, EUA ultrapasso­u todas as linhas vermelhas.”

A decisão de Trump de transferir de Tel Aviv para Jerusalém a Embaixada dos EUA também desagradou aos países árabes e à maioria da comunidade internacio­nal.

DE SÃO PAULO

A Casa Branca anunciou que vai divulgar o resultado dos próximos exames médicos de Donald Trump, que devem acontecer no início de 2018, para provar que a saúde do presidente está boa.

A sanidade de Trump, 71, se tornou assunto nos Estados Unidos na quarta-feira (6), quando ele errou algumas palavras e tropeçou nas letras durante o discurso no qual reconheceu Jerusalém como capital de Israel.

“Tão perturbado­r quanto ver Donald Trump jogar combustíve­l no conflito do Oriente Médio foi observar o conflito entre os dentes e a língua de Donald Trump” disse logo depois da fala o comediante Trevor Noah, do “Daily Show”, dando início as especulaçõ­es sobre a saúde do presidente.

No dia seguinte, Noah disse inclusive que Trump usa dentadura, o que o presidente nega.

Com isso, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders foi questionad­a sobre o assunto por jornalista­s na quinta (7) e afirmou que o presidente não tem problemas de saúde.

Segundo ela, Trump estava com a “garganta seca” e por isso se atrapalhou durante a fala. Ela garantiu ainda que o presidente “está em ótima forma.”

 ?? Ahmad Gharabli/AFP ?? Em protesto, presidente Abbas se recusa a receber vice dos EUA, que tem visita prevista à região neste mês Mulheres reagem à polícia montada israelense, que dispersou protestos de palestinos em Jerusalém Oriental
Ahmad Gharabli/AFP Em protesto, presidente Abbas se recusa a receber vice dos EUA, que tem visita prevista à região neste mês Mulheres reagem à polícia montada israelense, que dispersou protestos de palestinos em Jerusalém Oriental

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil