Versolato criou polêmica, em 2005, ao lançar seu livro “Vestido em Chamas”, no qual criticou o cenário fashi-
O estilista Ocimar Versolato morreu, aos 56 anos, nesta sexta-feira (8), em São Paulo. Ele estava internado desde o começo da semana no Hospital São Paulo em decorrência de um AVC.
O enterro aconteceria na tarde de sábado (9), em São Bernardo do Campo —cidade natal do estilista.
No fim dos anos 1990, Versolato era considerado um dos principais nomes da moda do país e foi o primeiro brasileiro a comandar uma “maison”, na França —a Lanvin.
Sua passagem por Paris, no entanto, já vinha de antes, desde quando apresentava suas coleções.
Ao longo de sua carreira, vestiu famosas como Sônia Braga, Betty Lago e Luiza Brunet. Também foi responsável pelos figurinos de cantores como Ney Matogrosso, com quem teve uma longa parceria, e Edson Cordeiro.
“Além de extremamente talentoso, Ocimar era muito especial para os amigos”, escreveu Sônia Braga, nas redes sociais. A atriz afirmou que tinha planos de se encontrar com o estilista em uma viagem a São Paulo.
“Foi Ocimar que, sentado no meu apartamento em Nova York, disse que eu precisava emagrecer para fazer ‘Tieta’. Cuidou de mim como uma princesa. E nos demos muito bem imediatamente. Havia respeito mútuo como profissionais e gargalhadas e carinho como amigos.”
“Quando eu ligava para saberseelepoderiameemprestar um vestido para um tapete vermelho, ele só me perguntava: ‘Qual o tamanho da cintura?’ E então chegava o meu vestido sob medida. Sempre lindos e sempre um sucesso”, acrescentou. POLÊMICA on do país.
“Ao pisar novamente aqui (Brasil), encontrei esboços de um provincianismo exagerado”, escreveu. “Não sou como alguns estilistas daqui, que a cada estação copiam uma coleção e mantêm, entre si, o acordo tácito de não copiarem as mesmas grifes: um copia a Ba- lenciaga, o outro a Comme des Garçons, o outro a Prada e o outro a Gucci.”
Na obra, Versolato também contou alguns episódios curiosos, principalmente do começo de sua carreira. “Falsificávamos crachás da imprensa e credenciais, roubávamos convites nas portas dos hotéis, passávamos o dia planejando uma maneira de garantir acesso”, recorda.
O estilista também esteve envolvido em ações beneficentes. Em 2003, lançou uma camiseta para o programa Fome Zero, do governo federal, que vinha com a logomarca da ação em dourado. As peças foram vendidas para arrecadar fundos para o projeto de combate a fome. Na época, Ocimar Versolato afirmou que não quis ser pago por esse trabalho.
Ele também organizava desfiles para beneficiar instituições de caridade, como em 2002, quando trouxe a São Paulo a top model Naomi Campbell, uma das mais baladas da época.