Folha de S.Paulo

Não há dúvida. Veja o lobby do funcionali­smo. É justo fazêlo, mas tem de ser arbitrado.

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A mudança no sistema tributário americano tem efeito no Brasil?

É cedo para saber. Nosso time lá fora diz que elas fazem a economia americana expandir mais 0,2% a 0,4% no curto prazo. O outro lado da história é que pode elevar o deficit fiscal nos EUA.

O fato é que a economia global é favorável. A expansão da Europa e dos EUA pode ajudar emergentes com economia mais aberta que a do Brasil. Se a economia brasileira fosse mais aberta, o país teria um cresciment­o potencial maior.

Por causa de lobbies, e da crença de que precisamos proteger o produtor nacional para que em alguns anos eles possam competir. Vários setores têm proteção há muito tempo e não cresceram nem se tornaram competitiv­os. Os lobbies causam prejuízo para o equilíbrio fiscal? E as renúncias tributária­s também.

O que aprendo com os políticos é que, mais difícil que aumentar impostos, é cortar gastos, e mais difícil ainda é cortar renúncias tributária­s, porque são os grupos mais organizado­s, que conseguem se defender. Resultado: para resolver a questão fiscal, o próximo presidente vai ter que elevar impostos. Não há como escapar do aumento de impostos?

Não há como escapar não sei se é o termo. Mas, para reverter um deficit e transformá­lo em superavit de forma mais rápida, será preciso elevar impostos. Porque todas as outras medidas não serão aprovadas na amplitude necessária. Aumentar imposto é sempre ruim para a produtivid­ade e o cresciment­o, mas um trabalho que fizemos comparando 40 países mostra que um ajuste fiscal bem-sucedido se sobrepõe aos efeitos de um aumento de impostos.

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